

Grandes companhias extrativistas, principalmente européias e americanas firmaram contratos com o governo brasileiro, para extrair e lucrar com a borracha.
De repente, tudo virou de cabeça para baixo. Inescrupulosos empresários ingleses haviam contrabandeado mudas destas árvores para a Malásia, possessão britânica onde o terreno e o clima eram propícios à sua plantação. Em pouco tempo, as seringueiras do oriente inundavam o mercado de látex, fazendo o preço do produto desabar no mercado internacional, e tornando desnecessário continuar a investir na distante floresta amazônica.
A conseqüência foi inevitável: Sem investimentos, a Paris das Selvas viu a riqueza trazida pelo ciclo da borracha sumir pelo ralo, sofrendo com falências e esvaziamento cultural. A pá de cal seria dada anos mais tarde, com a descoberta da borracha sintética. Este esvaziamento cultural de Manaus iria durar décadas, e somente seria superado com a criação da Zona Franca, nos anos 70.
A Zona Franca foi criada pelos governos militares, e consistiu na criação de uma zona industrial e comercial livre de impostos, a qual atraiu maciços investimentos de empresas nacionais e estrangeiras. Fábricas foram construídas, o comércio teve um impulso extraordinário, e também o turismo teve um notável desenvolvimento.
Hoje Manaus é novamente uma cidade dinâmica e movimentada, e costuma surpreender aos turistas menos informados, que não fazem idéia que irão encontrar uma cidade tão desenvolvida em pleno coração de uma das regiões mais inóspitas do planeta.
Qualquer roteiro turístico pela cidade de Manaus deve começar pelo Teatro Amazonas. ícone maior da Paris das Selvas. Inaugurado em 1896, todo seu material foi trazido da Europa, e sua arquitetura foi inspirada no prédio da Opera de Paris. Outro local que merece ser visitado é o Mercado Municipal da Cidade. Também esta obra, inaugurada em 1882, foi inspirada no estilo do mercado Les Halles de Paris. Seus principais destaques são o pavilhão central de alvenaria, ladeado por dois pavilhões de estrutura metálica e pórticos em vitrais trabalhados. Este mercado é o endereço certo para encontrar uma grande variedade de produtos de toda região amazônica.
Durante décadas, eram freqüentes as apresentação de renomados artistas europeus no palco do Teatro Amazonas. O teatro está aberto ao público de segunda a sábado, com visitas guiadas em inglês, francês, espanhol, italiano e alemão. Ao sair do teatro aproveite para conhecer outro ícone de Manaus, o Relógio Municipal. Encomendado a uma renomada equipe de relojoeiros suíços, e inaugurado em 1927, logo o conjunto formado pelo relógio e seu pedestal tornaram-se um dos cartões postais da cidade. Junto ao conjunto encontra-se também o Obelisco, erguido para comemorar o centenário da elevação de Manaus à categoria de cidade.


Presidente Figueiredo, nas fotos abaixo, a cerca de 2 horas de Manaus é um local famoso por suas belas cachoeiras, com destaque para a cachoeira do Asframa, da Pedra Furada e Santuário. Agora, quem quiser realmente conhecer um dos aspectos culturais mais ricos da região amazônica não pode deixar de visitar, em fins de junho, a cidade de Parintins. Nesta época é realizado na cidade o Festival do Boi Bumbá, num estádio especialmente construído para sediar este famoso evento, o Bumbódromo. Trata-se basicamente de uma disputa entre dois grupos rivais, o Caprichoso (de cor azul) e o Garantido (cor vermelha), e a festa consiste num festival de música, dança, ritmos, fantasias e ricos carros alegóricos, contando histórias, lendas e mitos da região amazônica, um espetáculo belíssimo e inesquecível. A cidade de Parintins está situada a cerca de 400m km de Manaus, e o acesso até lá pode ser feito de barco (viagem de 18 horas) ou de avião, o que é bem mais agradável, (infelizmente não houve tempo para irmos até lá).Manaus é uma cidade maravilhosa.
Obrigada Roberta e Flávio pela hospitalidade de vocês!!!
