Quem sou eu

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"Um dia virá em que só se terá um único pensamento:A EDUCAÇÃO,"(Nietzsche) "Não tenho um caminho novo. O que eu tenho de novo é um jeito de caminhar".(Thiago de Melo)

Prova Brasil - Português


A assembléia dos ratos 
Um gato de nome Faro-Fino deu de fazer tal destroço na rataria duma casa
velha que os sobreviventes, sem ânimo  de sair das tocas, estavam a ponto de
morrer de fome.
Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembléia para o
estudo da questão. Aguardaram para isso certa noite em que Faro-Fino andava aos
miados pelo telhado, fazendo sonetos à lua.
— Acho – disse um deles - que o meio de nos defendermos de Faro-Fino é lhe
atarmos um guizo ao pescoço. Assim que  ele se aproxime, o guizo o denuncia e
pomo-nos ao fresco a tempo.
Palmas e bravos saudaram a luminosa idéia. O projeto foi aprovado com
delírio. Só votou contra um rato casmurro, que pediu a palavra e disse:
— Está tudo muito direito. Mas quem vai amarrar o guizo no pescoço de FaroFino?
Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nó. Outro, porque não era
tolo. Todos, porque não tinham coragem. E a assembléia dissolveu-se no meio de
geral consternação.
Dizer é fácil - fazer é que são elas!
LOBATO, Monteiro. in Livro das Virtudes – William J. Bennett – Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1995. p. 308.

Na assembléia dos ratos, o projeto para atar um guizo ao pescoço do gato foi
(A) aprovado com um voto contrário.
(B) aprovado pela metade dos participantes.
(C) negado por toda a assembléia.
(D) negado pela maioria dos presentes.


O Pavão 

E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo
imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena
do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d´água em que a luz se
fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com
o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a
simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita
e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de
teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.
BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. Rio de Janeiro: Record, 1996, p. 120.


No 2º parágrafo do texto, a expressão ATINGIR O MÁXIMO DE  MATIZES significa o
artista
(A) fazer refletir, nas penas do pavão, as cores do arco-íris.
(B) conseguir o maior número de tonalidades.
(C) fazer com que o pavão ostente suas cores.
(D) fragmentar a luz nas bolhas d’água.


O IMPÉRIO DA VAIDADE 
Você sabe por que a televisão, a publicidade, o cinema e os jornais defendem os
músculos torneados, as vitaminas milagrosas, as modelos longilíneas e as academias
de ginástica? Porque tudo isso dá dinheiro. Sabe por que ninguém fala do afeto e do
respeito entre duas pessoas comuns, mesmo meio gordas, um pouco feias, que fazem
piquenique na praia? Porque isso não dá dinheiro para os negociantes, mas dá prazer
para os participantes.
O prazer é físico, independentemente do físico que se tenha: namorar, tomar
milk-shake, sentir o sol na pele, carregar o filho no colo, andar descalço, ficar em casa
sem fazer nada. Os melhores prazeres são de graça  − a conversa com o amigo, o
cheiro do jasmim, a rua vazia de madrugada  −, e a humanidade sempre gostou de
conviver com eles. Comer uma feijoada com os amigos, tomar uma caipirinha no
sábado também é uma grande pedida. Ter um momento de prazer é compensar muitos
momentos de desprazer. Relaxar, descansar, despreocupar-se, desligar-se da
competição, da áspera luta pela vida − isso é prazer.
Mas vivemos num mundo onde relaxar e desligar-se se tornou um problema. O
prazer gratuito, espontâneo, está cada vez mais difícil. O que importa, o que vale, é o
prazer que se compra e se exibe, o que não deixa de ser um aspecto da competição.
Estamos submetidos a uma cultura atroz, que quer fazer-nos infelizes, ansiosos,
neuróticos. As filhas precisam ser Xuxas, as namoradas precisam ser modelos que
desfilam em Paris, os homens não podem assumir sua idade.
Não vivemos a ditadura do corpo, mas seu contrário: um massacre da indústria e
do comércio. Querem que sintamos culpa quando  nossa silhueta fica um pouco mais
gorda, não porque querem que sejamos mais saudáveis − mas porque, se não ficarmos
angustiados, não faremos mais regimes, não  compraremos mais produtos dietéticos,
nem produtos de beleza, nem roupas e mais roupas. Precisam da nossa impotência, da
nossa insegurança, da nossa angústia.
O único valor coerente que essa cultura apresenta é o narcisismo.
LEITE, Paulo Moreira. O império da vaidade. Veja, 23 ago. 1995. p. 79.


O autor pretende influenciar os leitores para que eles
3 (A) evitem todos os prazeres cuja obtenção depende de dinheiro.
(B) excluam de sua vida todas as atividade incentivadas pela mídia.
(C) fiquem mais em casa e voltem a fazer os programas de antigamente.
(D) sejam mais críticos em relação ao incentivo do consumo pela mídia.



A PARANÓIA DO CORPO 
Em geral, a melhor maneira de resolver a insatisfação com o físico é cuidar da parte
emocional.
LETÍCIA DE CASTRO
Não é fácil parecer com Katie Holmes, a musa do seriado preferido dos teens, Dawson's
Creek ou  com os  galãs musculosos do seriado  Malhação.  Mas os jovens bem que
tentam. Nunca se cuidou tanto do corpo nessa faixa etária como hoje. A Runner, uma
grande rede de academias de ginástica, com  23 000 alunos espalhados em nove
unidades na cidade de São Paulo, viu o público adolescente crescer mais que o adulto
nos últimos cinco anos. “Acho que a academia é para os jovens de hoje o que foi a
discoteca para a geração dos anos 70”, acredita José Otávio Marfará, sócio de outra
academia paulistana, a Reebok Sports Club. "É o lugar de confraternização, de diversão."
É saudável preocupar-se com o físico. Na adolescência, no entanto, essa
preocupação costuma ser excessiva. É a chamada paranóia do corpo. Alguns exemplos.
Nunca houve uma oferta tão grande de produtos de beleza  destinados a adolescentes.
Hoje em dia é possível resolver a maior  parte dos problemas de  estrias, celulite e
espinhas com a ajuda da ciência. Por isso, a tentação de exagerar nos medicamentos é
grande. "A garota tem a mania de recorrer aos remédios que os amigos estão usando, e
muitas vezes eles não são indicados para seu tipo de pele”, diz a dermatologista Iara
Yoshinaga, de São Paulo, que  atende adolescentes em seu consultório. São cada vez
mais freqüentes os casos de meninas que procuram um cirurgião plástico em busca da
solução de problemas que poderiam ser resolvidos facilmente com ginástica, cremes ou
mesmo com o crescimento normal. Nunca  houve também tantos casos de anorexia e
bulimia. "Há dez anos essas doenças eram consideradas raríssimas. Hoje constituem
quase um caso de saúde  pública”, avalia o psiquiatra Táki Cordás, da Universidade de
São Paulo.
 É claro que existem variedades de calvície, obesidade ou doenças de pele que
realmente precisam de tratamento continuado. Na maioria das vezes, no entanto, a
paranóia do corpo é apenas isso: paranóia. Para  curá-la, a melhor maneira é tratar da
mente. Nesse processo, a auto-estima é fundamental. “É preciso fazer uma análise
objetiva e descobrir seus pontos fortes. Todo mundo tem uma parte do corpo que acha
mais bonita”, sugere a psicóloga paulista Ceres Alves  de Araújo, especialista em
crescimento. Um dia, o teen acorda e percebe que aqueles problemas físicos que
pareciam insolúveis desapareceram como  num passe de mágica. Em geral, não foi o
corpo que mudou. Foi a cabeça. Quando começa  a se aceitar e resolve as questões
emocionais básicas, o adolescente dá o primeiro passo para se tornar um adulto.
5 CASTRO, Letícia de. Veja Jovens. Setembro/2001, p. 56.

A idéia CENTRAL do texto é
(A) a preocupação do jovem com o físico.
(B) as doenças raras que atacam os jovens.
(C) os diversos produtos de beleza para jovens.
(D) o uso exagerado de remédios pelos jovens.




No mundo dos sinais 
Sob o sol de fogo, os mandacarus se erguem, cheios de espinhos.
Mulungus e aroeiras expõem seus galhos queimados e retorcidos, sem folhas, sem
flores, sem frutos.
Sinais de seca brava, terrível!
Clareia o dia. O boiadeiro toca o berrante, chamando os companheiros e o
gado.
Toque de saída. Toque de estrada.
Lá vão eles, deixando no estradão as marcas de sua passagem.
TV Cultura, Jornal do Telecurso.


A opinião do autor em relação ao fato comentado está em
(A) “os mandacarus se erguem”
(B) “aroeiras expõem seus galhos”
(C) “Sinais de seca brava, terrível!!”
(D) “Toque de saída. Toque de entrada”.


Mente quieta, corpo saudável 
A meditação ajuda a controlar  a ansiedade e a aliviar a dor? Ao que tudo indica, sim.
Nessas duas áreas os cientistas encontraram as maiores evidências da ação
terapêutica da meditação, medida em dezenas de pesquisas. Nos  últimos 24 anos, só a
clínica de redução do estresse da Universidade de Massachusetts monitorou 14 mil
portadores de câncer, aids, dor crônica e  complicações gástricas. Os técnicos
descobriram que, submetidos a sessões de meditação que alteraram o foco da sua
atenção, os pacientes reduziram o nível de ansiedade e diminuíram ou abandonaram o
uso de analgésicos.
Revista Superinteressante, outubro de 2003

O texto tem por finalidade
(A) criticar.
(B) conscientizar.
(C) denunciar.
(D) informar.


Sem-proteção 
Jovens enfrentam mal a acne, mostra pesquisa
Transtorno presente na vida da grande maioria dos adolescentes e jovens, a acne
ainda gera muita confusão entre eles, principalmente no que diz respeito ao melhor modo
de se livrar dela. E o que mostra uma pesquisa realizada pelo  projeto Companheiros
Unidos contra a Acne (Cucas), uma parceria do laboratório  Roche e da Sociedade
Brasileira de Dermatologia (SBD): Foram  entrevistados 9273 estudantes, entre 11 e 19
anos, em colégios particulares de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco,
Paraíba, Pará, Paraná, Alagoas, Ceará e Sergipe, dentre os quais 7623 (82%) disseram
ter espinhas. O levantamento evidenciou que 64% desses entrevistados nunca foram ao
médico em busca de tratamento para espinhas. "Apesar de não ser uma doença grave, a
acne compromete a aparência e pode gerar muitas dificuldades ligadas à auto-estima e à
sociabilidade", diz o dermatologista Samuel Henrique Mandelbaum, presidente da SBD
de São Paulo. Outros 43% dos entrevistados disseram ter  comprado produtos para a
acne sem consultar o dermatologista - as pomadas, automedicação mais freqüente, além
de não resolverem o problema, podem agravá-lo, já que possuem componentes oleosos
que entopem os poros. (...)
Fernanda Colavitti
Texto II
Perda de Tempo
 Os métodos mais usados por adolescentes e jovens brasileiros não resolvem os
problemas mais sérios de acne.
23% lavam o rosto várias vezes ao dia
21% usam pomadas e cremes convencionais
5% fazem limpeza de pele
3% usam hidratante
2% evitam simplesmente tocar no local
2% usam sabonete neutro
(COLAVITTI, Fernanda – Revista Veja Outubro / 2001 – p. 138.) 

Comparando os dois textos, percebe-se que eles são
(A) semelhantes.
(B) divergentes.
(C) contrários.
(D) complementares.




Texto 1 
Mapa Da Devastação
A organização não-governamental SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais terminaram mais uma etapa do mapeamento  da Mata Atlântica
(www.sosmataatlantica.org.br). O estudo iniciado em 1990  usa imagens de satélite para
apontar o que restou da floresta que já ocupou 1,3 milhão de km, ou 15% do território
brasileiro. O atlas mostra que o Rio de Janeiro continua o campeão da motosserra. Nos
últimos 15 anos, sua média anual de desmatamento mais do que dobrou.
Revista Isto É – nº 1648 – 02-05-2001 São Paulo – Ed. Três.


Texto 2
Há qualquer coisa no ar do Rio, além de favelas 
Nem só as favelas brotam nos morros cariocas. As encostas cada vez mais povoadas no
Rio de Janeiro disfarçam o avanço do reflorestamento na crista das serras, que espalha
cerca de 2 milhões de mudas nativas da Mata Atlântica em espaço equivalente a 1.800
gramados do Maracanã. O replantio começou há 13 anos, para conter vertentes
ameaçadas de desmoronamento. Fez mais do que isso. Mudou a paisagem. Vista do alto,
ângulo que não faz parte do cotidiano de seus habitantes, a cidade aninha-se agora em
colinas coroadas por labirintos verdes, formando desenhos em curva de nível, como
cafezais.
Revista Época – nº 83. 20-12-1999. Rio de Janeiro – Ed. Globo. p. 9.

Uma declaração do segundo texto que CONTRADIZ o primeiro é
(A) a mata atlântica está sendo recuperada no Rio de Janeiro.
(B) as encostas cariocas estão cada vez mais povoadas.
(C) as favelas continuam surgindo nos morros cariocas.
(D) o replantio segura encostas ameaçadas de desabamento.

Eu tenho um sonho 

Eu tenho um sonho
lutar pelos direitos dos homens
Eu tenho um sonho
tornar nosso mundo verde e
limpinho
Eu tenho um sonho
de boa educação para as crianças
Eu tenho um sonho
de voar livre como um passarinho
Eu tenho um sonho
ter amigos de todas raças
Eu tenho um sonho
que o mundo viva em paz
e em parte alguma haja guerra
Eu tenho um sonho
Acabar com a pobreza na Terra
Eu tenho um sonho
Eu tenho um monte de sonhos...
Quero que todos se realizem
Mas como?
Marchemos de mãos dadas
e ombro a ombro
Para que os sonhos de todos
se realizem!
SHRESTHA, Urjana. Eu tenho um sonho. In: Jovens do mundo inteiro. Todos temos
direitos: um livro de direitos humanos. 4ª ed. São Paulo:  Ática, 2000, p.10.

No verso “Quero que todos se realizem” (v. 19) o termo sublinhado refere-se a
13 (A) amigos.
(B) direitos.
(C) homens.
(D) sonhos.




O ouro da biotecnologia 

Até os bebês sabem que o patrimônio natural do Brasil é imenso. Regiões como a
Amazônia, o Pantanal e a Mata Atlântica  – ou o que restou dela – são invejadas no
mundo todo por sua biodiversidade. Até mesmo ecossistemas como o do cerrado e o
da caatinga têm mais riqueza de fauna e flora do que se costuma pensar. A quantidade
de água doce, madeira, minérios e outros bens naturais é amplamente citada nas
escolas, nos jornais e nas conversas.  O problema é que tal exaltação ufanista
("Abençoado por Deus e bonito por natureza”) é diretamente proporcional à desatenção
e ao desconhecimento que ainda vigoram sobre essas riquezas.
Estamos entrando numa era em que, muito mais do que nos tempos coloniais
(quando pau-brasil, ouro, borracha etc. eram levados em estado bruto para a Europa),
a exploração comercial da natureza deu um salto de intensidade e  refinamento. Essa
revolução tem um nome: biotecnologia. Com ela, a Amazônia, por exemplo, deixará em
breve de ser uma enorme fonte “potencial" de alimentos, cosméticos, remédios e
outros subprodutos: ela o será de fato – e  de forma sustentável. Outro exemplo: os
créditos de carbono, que terão de ser comprados do Brasil por países que poluem mais
do que podem, poderão significar forte entrada de divisas.
Com sua pesquisa científica carente, indefinição quanto à legislação e dificuldades
nas questões de patenteamento, o Brasil não consegue transformar essa riqueza
natural em riqueza financeira. Diversos produtos autóctones, como o cupuaçu, já foram
registrados por estrangeiros – que nos obrigarão a pagar pelo uso de um bem original
daqui, caso queiramos (e saibamos) produzir algo em escala com  ele. Além disso, a
biopirataria segue crescente. Até mesmo os índios deixam que plantas e animais sejam
levados ilegalmente para o exterior, onde provavelmente serão vendidos a peso de
ouro. Resumo da questão: ou o Brasil acorda para a nova realidade econômica global,
ou continuará perdendo dinheiro como fruta no chão.
PIZA, Daniel. O Estado de S. Paulo.

O texto defende a tese de que
(A) a Amazônia é fonte “potencial” de riquezas.
(B) as plantas e os animais são levados ilegalmente.
15 (C) o Brasil desconhece o valor de seus bens naturais.
(D) os bens naturais são citados na escola.

O namoro na adolescência 
Um namoro, para acontecer de forma positiva, precisa de vários ingredientes: a
começar pela família, que não seja muito rígida e atrasada nos seus valores, seja
conversável, e, ao mesmo tempo, tenha limites muito claros de comportamento. O
adolescente precisa disto, para se sentir seguro. O outro aspecto tem a ver com o
próprio adolescente e suas condições internas, que determinarão suas
necessidades e a própria escolha. São fatores inconscientes, que fazem com que a
Mariazinha se encante com o jeito tímido do João e não dê pelota para o herói da
turma, o Mário. Aspectos situacionais, como a relação harmoniosa ou não entre os
pais do adolescente, também influenciarão  o seu namoro. Um relacionamento em
que um dos parceiros vem de um lar em  crise, é, de saída, dose de leão para o
outro, que passa a ser utilizado como anteparo de todas as dores e frustrações.
Geralmente, esta carga é demais para o outro parceiro, que também enfrenta suas
crises pelas próprias condições de adolescente. Entrar em contato com a outra
pessoa, senti-la, ouvi-la, depender dela afetivamente e, ao mesmo tempo, não
massacrá-la de exigências, e não ter medo de se entregar, é tarefa difícil em
qualquer idade. Mas é assim que começa este aprendizado de relacionar-se
afetivamente e que vai durar a vida toda.
SUPLICY, Marta. A condição da mulher. São
Paulo:  Brasiliense, 1984.

Para um namoro acontecer de forma positiva, o adolescente precisa do apoio da família.
O argumento que defende essa idéia é
(A) a família é o anteparo das frustrações.
(B) a família tem uma relação harmoniosa.
(C) o adolescente segue o exemplo da família.
(D) o apoio da família dá segurança ao jovem.

Animais no espaço 
Vários animais viajaram pelo espaço como astronautas.
 Os russos já usaram cachorros em suas experiências. Eles têm o sistema cardíaco
parecido com o dos seres humanos. Estudando o que acontece com eles, os cientistas
descobrem quais problemas podem acontecer com as pessoas.
 A cadela Laika,  tripulante da Sputnik-2, foi o primeiro ser vivo a ir ao espaço, em
novembro de 1957, quatro anos antes do primeiro homem, o astronauta Gagarin.
 Os norte-americanos gostam de fazer  experiências científicas espaciais com
macacos, pois o corpo deles se parece com o humano. O chimpanzé é o preferido porque
é inteligente e convive melhor com o homem do que as outras espécies de macacos. Ele
aprende a comer alimentos sintéticos e não se incomoda com a roupa espacial.
 Além disso, os macacos são treinados  e podem fazer tarefas a bordo, como
acionar os comandos das naves, quando as luzes coloridas acendem no painel, por
exemplo.
 Enos foi o mais famoso macaco a viajar para o espaço, em novembro de 1961, a
bordo da nave Mercury/Atlas 5. A nave de Enos teve problemas, mas ele voltou são e
salvo, depois de ter trabalhado direitinho. Seu único erro foi ter comido muito depressa as
pastilhas de banana durante as refeições.
(Folha de São Paulo, 26 de janeiro de 1996)

No texto “Animais no espaço”, uma das informações principais é
(A) “A cadela Laika (...) foi o primeiro ser vivo a ir ao espaço”.
(B) “Os russos já usavam cachorros em suas experiência”.
(C) “Vários animais viajaram pelo espaço como astronautas”.
(D) “Enos foi o mais famoso macaco a viajar para o espaço”.


Urubus e Sabiás 

Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam...
Os urubus, aves por natureza becadas,  mas sem grandes dotes para o canto,
decidiram que, mesmo contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes
cantores. E para isto fundaram escolas  e importaram professores, gargarejaram
do-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas e fizeram competições entre si, para ver
quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos
outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos,
e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um
respeitável urubu titular, a quem todos chamam por Vossa Excelência.
 Tudo ia muito bem até que a doce tranqüilidade da hierarquia dos urubus foi
estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos, tagarelas, que
brincavam com os canários e faziam serenatas com os sabiás...Os velhos urubus
entortaram o bico, o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos,
sabiás e canários para um inquérito.
  “⎯ Onde estão os documentos de seus concursos?” E as pobres aves se
olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvesse.
Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E
nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam,
simplesmente...
⎯ Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um
desrespeito à ordem.
 E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que
cantavam sem alvarás...
 MORAL: EM TERRA DE URUBUS DIPLOMADOS NÃO SE OUVE CANTO
DE SABIÁ.
ALVES, Rubem. Estórias de Quem gosta de Ensinar. São Paulo: Ars Poética,
1985, p.81-2.

No contexto, o que gera o conflito é
19 (A) a competição para eleger o melhor urubu.
(B) a escola para formar aves cantoras.
(C) o concurso de canto para conferir diplomas.
(D) o desejo dos urubus de aprender a cantar.

O homem que entrou pelo cano 
Abriu a torneira e entrou pelo cano. A princípio incomodava-o a estreiteza do
tubo. Depois se acostumou. E, com a água, foi seguindo. Andou quilômetros. Aqui
e ali ouvia barulhos familiares. Vez ou  outra um desvio, era uma seção que
terminava em torneira.
Vários dias foi rodando, até que tudo se tornou monótono. O cano por dentro
não era interessante.
No primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher. Uma criança brincava. Ficou
na torneira, à espera que abrissem. Então percebeu que as engrenagens giravam
e caiu numa pia. À sua volta era um branco imenso, uma água límpida. E a cara
da menina aparecia redonda e grande, a olhá-lo interessada. Ela gritou: “Mamãe,
tem um homem dentro da pia”
Não obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o
tampão e ele desceu pelo esgoto.
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Cadeiras Proibidas. São Paulo: Global, 1988. p. 89.

O homem desviou-se de sua trajetória porque
(A) ouviu muitos barulhos familiares.
(B) já estava “viajando” há vários dias.
(C) ficou desinteressado pela “viagem”.
(D) percebeu que havia uma torneira.

As enchentes de minha infância 
Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto à varanda,
mas eu invejava os que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão fundos
para o rio. Como a casa dos Martins, como a casa dos Leão, que depois foi dos
Medeiros, depois de nossa tia, casa com varanda fresquinha dando para o rio.
Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver
até onde chegara a enchente. As águas barrentas subiam primeiro até a altura da
cerca dos fundos, depois às bananeiras, vinham subindo o quintal, entravam pelo
porão. Mais de uma vez, no meio da noite, o volume do rio cresceu tanto que a
família defronte teve medo.
Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso para nós era uma festa,
aquela faina de arrumar camas nas salas, aquela intimidade improvisada e alegre.
Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam muito; como se fazia café e
se tomava café tarde da noite! E às vezes o rio atravessava a rua, entrava pelo
nosso porão, e me lembro que nós, os meninos, torcíamos para ele subir mais e
mais. Sim, éramos a favor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha quando,
mal saltando da cama, íamos correndo para ver que o rio baixara um palmo - aquilo
era uma traição, uma fraqueza do Itapemirim. Às vezes chegava alguém a cavalo,
dizia que lá, para cima do Castelo, tinha  caído chuva muita, anunciava águas nas
cabeceiras, então dormíamos sonhando que a enchente ia outra vez crescer,
queríamos sempre que aquela fosse a maior de todas as enchentes.
BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1962. p. 157.

Que função desempenha a expressão destacada no texto “... o volume do rio cresceu
TANTO QUE a família defronte teve medo.” (2º parágrafo)
(A) adição de idéias.
(B) comparação entre dois fatos.
(C) conseqüência de um fato.
(D) finalidade de um fato enunciado.

ESTÁ TUDO ERRADO,
MENINA! PECHINCHAR
 NÃO É COM XIS E
SIM COM
CÊ AGÁ.
PRA APRENDER, ESCREVA
     AÍ O VERBO PECHINCHAR
           DUZENTAS
             VEZES.  
AH, FESSORA,
DEIXA POR
CEM, VÁ?!  
CIÇA. O Pato no formigueiro. Rio de Janeiro: Codecri. v. 2.

O que torna o texto engraçado é que
(A) a aluna é uma formiga.
(B) a aluna faz uma pechincha.
(C) a professora dá um castigo.
(D) a professora fala “XIS” e “CÊ AGÁ”.
23                                                                        TB_007617
Angeli. Folha de São Paulo, 25/04/1993.

No terceiro quadrinho, os pontos de exclamação reforçam idéia de
(A) comoção.
(B) contentamento.
(C) desinteresse.
(D) surpresa.


“Chatear” e “encher” 
Um amigo meu me ensina a diferença entre “chatear” e “encher”. Chatear é assim:
você telefona para um escritório qualquer da cidade.
— Alô! Quer me chamar por favor o Valdemar?
— Aqui não tem nenhum Valdemar.
Daí a alguns minutos você liga de novo:
— O Valdemar, por obséquio.
— Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar.
— Mas não é do número tal?
— É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar.
Mais cinco minutos, você liga o mesmo número:
— Por favor, o Valdemar chegou?
— Vê se te manca, palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca
trabalhou aqui?
— Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.
— Não chateia.
Daí a dez minutos, liga de novo.
— Escute uma coisa! O Valdemar não deixou pelo menos um recado? O outro
desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.
Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova
ligação:
— Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar. Alguém telefonou para mim?
CAMPOS, Paulo Mendes. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, v.2, p. 35.

No trecho “Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar” (ℓ. 7), o emprego do termo
sublinhado sugere que o personagem, no contexto,
(A) era gentil.
(B) era curioso.
(C) desconhecia a outra pessoa.
(D) revelava impaciência.

A CHUVA 

A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios. A chuva molhou
os transeuntes. A chuva encharcou as praças. A chuva enferrujou as máquinas. A
chuva enfureceu as marés. A chuva e  seu cheiro de terra. A chuva com sua
cabeleira. A chuva esburacou as pedras.  A chuva alagou a favela. A chuva de
canivetes. A chuva enxugou a sede. A chuva anoiteceu de tarde. A chuva e seu
brilho prateado. A chuva de retas paralelas sobre a terra curva. A chuva destroçou
os guarda-chuvas. A chuva durou muitos dias. A chuva apagou o incêndio. A chuva
caiu. A chuva derramou-se. A chuva murmurou meu nome. A chuva ligou o párabrisa. A chuva acendeu os faróis. A chuva tocou a sirene. A chuva com a sua crina.
A chuva encheu a piscina. A chuva com  as gotas grossas. A chuva de pingos
pretos. A chuva açoitando as plantas.  A chuva senhora da lama. A chuva sem
pena. A chuva apenas. A chuva empenou os móveis. A chuva amarelou os livros. A
chuva corroeu as cercas. A chuva e seu baque seco. A chuva e seu ruído de vidro.
A chuva inchou o brejo. A chuva pingou pelo teto. A chuva multiplicando insetos. A
chuva sobre os varais. A chuva derrubando  raios. A chuva acabou a luz. A chuva
molhou os cigarros. A chuva mijou no telhado. A chuva regou o gramado. A chuva
arrepiou os poros. A chuva fez muitas poças. A chuva secou ao sol.
ANTUNES, Arnaldo. As coisas. São Paulo: Iluminuras, 1996. 

Todas as frases do texto começam com "a chuva".
Esse recurso é utilizado para
(A) provocar a percepção do ritmo e da sonoridade.
(B) provocar uma sensação de relaxamento dos sentidos.
(C) reproduzir exatamente os sons repetitivos da chuva.
(D) sugerir a intensidade e a continuidade da chuva.

Pressa 
Só tenho tempo pras manchetes
no metrô
E o que acontece na novela
Alguém me conta no corredor
Escolho os filmes que eu não
vejo
no elevador
Pelas estrelas que eu encontro
na crítica do leitor
Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa
Mas nada tanto assim
Eu me concentro em apostilas
coisa tão normal
Leio os roteiros de viagem
enquanto rola o comercial
Conheço quase o mundo inteiro
por cartão-postal
Eu sei de quase tudo um pouco
e quase tudo mal
Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa
mas nada tanto assim
Bruno & Leoni Fortunato. Greatest Hits’80. WEA.

Identifica-se termo da linguagem informal em
(A) “Leio os roteiros de viagem enquanto rola o comercial.” (v. 14-15)
(B) “Conheço quase o mundo inteiro por cartão postal!” (v. 16-17)
(C) “Eu sei de quase tudo um pouco e quase tudo mal.” (v. 18-19)
(D) “Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa mas nada tanto assim.” (v. 20-21)  

Segurança OnLine - Contrato das Crianças na Internet

Segurança OnLine - Contrato das Crianças na Internet
1. Eu SEMPRE falarei com meus pais imediatamente se alguma coisa estiver confusa ou parecer assustador ou ameaçador. 2. Eu NUNCA darei meu nome completo, endereço, número do telefone, nome de minha escola ou sua localização, horário, senha, ou quaisquer informação de identificação quando eu estiver online. Eu sempre consultarei um adulto antes no caso de alguma exceção. 3. Eu NUNCA terei um encontro com alguém que eu só conheço pela Internet. Em casos raros, antes perguntarei aos meus pais o que eles acham, e se eu decidir conhecer um colega da internet, eu terei certeza de nós nos encontrarmos em um lugar público e que um pai ou um guardião estará comigo. 4. Eu NUNCA responderei a qualquer mensagem que use palavrões ruins ou palavras que me pareçam assustadoras, ameaçadoras ou estranhas. Se eu receber esse tipo de mensagem, eu a imprimirei e mostrarei para um adulto. Se eu for incomodado em uma sala de bate papo, eu usarei o botão "ignore" ou sairei dessa sala de bate papo. 5. Eu NUNCA irei para um website que custe dinheiro, ou farei compras via internet, sem primeiro pedir permissão aos meus pais ou professor. 6. Eu NUNCA enviarei uma foto pela Internet ou pelo correio normal para ninguém sem a permissão de meus pais. 7. Eu NUNCA enviarei o número do cartão de crédito dos meus pais sem a autorização dos meus pais. Assinatura da criança_______________________ Data______ Assinaturas dos pais__________________ Data______

Programa- Filho Criado Trabalho Redobrado

“Filho criado, trabalho redobrado.” Rosely Sayão Esse conhecido ditado popular ganha sentido quando chega à adolescência. Nessa fase, o filho já não precisa dos cuidados que os pais dedicam à criança, tão dependente. Mas, por outro lado, o que ele ganha de liberdade para viver a própria vida resulta em diversas e sérias preocupações aos pais. Temos a tendência a considerar a adolescência mais problemática para os pais do que para os filhos. É que, como eles já gozam de liberdade para sair, festejar e comemorar sempre que possível com colegas e amigos de mesma idade e estão sempre prontos a isso, parece que a vida deles é uma eterna festa. Mas vamos com calma porque não é bem assim. Se a vida com os filhos adolescentes, que alguns teimam em considerar um fato aborrecedor, é complexa e delicada, a vida deles também o é. Na verdade, o fenômeno da adolescência, principalmente no mundo contemporâneo, é bem mais complicado de ser vivido pelos próprios jovens do que por seus pais. Vejamos dois motivos importantes. Em primeiro lugar, deixar de ser criança é se defrontar com inúmeros problemas da vida que, antes, pareciam não existir: eles permaneciam camuflados ou ignorados porque eram da responsabilidade só dos pais. Hoje, esse quadro é mais agudo ainda, já que muitos pais escolheram tutelar integralmente a vida dos filhos por muito mais tempo. Quando o filho, ainda na infância, enfrenta dissabores na convivência com colegas ou pena para construir relações na escola, quando se afasta das dificuldades que surgem na vida escolar -sua primeira e exclusiva responsabilidade-, quando se envolve em conflitos, comete erros, não dá conta do recado etc., os pais logo se colocam em cena. Dessa forma, poupam o filho de enfrentar seus problemas no presente, é claro, mas também passam a idéia de que eles não existem por muito mais tempo. É bom lembrar que a escola -no ciclo fundamental- deveria ser a primeira grande batalha da vida que o filho teria de enfrentar sozinho, apenas com seus recursos, como experiência de aprender a se conhecer, a viver em comunidade e a usar seu potencial com disciplina para dar conta de dar os passos com suas próprias pernas. Em segundo lugar, o contexto sociocultural globalizado atual, com ideais como consumo, felicidade e juventude eterna, por exemplo, compromete de largada o processo de amadurecimento típico da adolescência, que exige certa dose de solidão para a estruturação de tantas vivências e, principalmente, interlocução. E com quem os adolescentes contam para conversar? Eles precisam, nessa época de passagem para a vida adulta, de pessoas dispostas a assumir o lugar da maturidade e da experiência com olhar crítico sobre as questões existenciais e da vida em sociedade para estabelecer com eles um diálogo interrogador. Várias pesquisas já mostraram que os jovens dão grande valor aos pais e aos professores em suas vidas. Entretanto, parece que estamos muito mais comprometidos com a juventude do que eles mesmos. Quem leva a sério questões importantes para eles em temas como política, sexualidade, drogas, ética, depressão e suicídio, vida em família, vida escolar, violência, relações amorosas e fidelidade, racismo, trabalho etc.? Quando digo levar a sério me refiro a considerar o que eles dizem e dialogar com propriedade, e não com moralismo ou com excesso de jovialidade. E, desse mal, padecem muitos pais e professores que com eles convivem. Os adolescentes não conseguem desfrutar da solidão necessária nessa época da vida, mas parece que se encontram sozinhos na aventura de aprender a se tornarem adultos. Bem que merecem nossa companhia, não?” Música: É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã... Adolescentes podem ser nossos mestres? Segundo alguns pesquisadores, a idéia de puberdade e adolescência, tal como a entendemos hoje, surgiu em meados do Século 19. É um fenômeno novo na história de nossa espécie e ainda não é bem compreendido, tanto que já foi (e em certos círculos, infelizmente ainda é) encarado como uma patologia. Absurdo. Não, nada disso. O que os adolescentes fazem representa uma resposta ou tentativa de adaptação s sobrevivência no mundo que preparamos para eles, sob todos os aspectos. Eles são diferentes de mim e de você, adulto, porque o mundo deles é diferente do nosso. Lutam com o caos, tentando adaptar-se com a cabeça aberta, prontos para novas tecnologias e novos sistemas de linguagem e valores, e suas atitudes são vistas como sinais de imaturidade. Equívoco. Estão buscando, nem sabem como, soluções para antigos problemas. A sociedade é que parece estranhamente imatura. Os anos da adolescência representam o período mais crítico na vida de qualquer pessoa, tantas são as transformações, pressões, repressões, descobertas, e a dolorosa busca de identidade. A vida do adolescente é uma corda sobre o abismo, atada a conceitos tais como você não tem mais idade para fazer isso ou você ainda não tem idade para fazer isso. É muito difícil ser criança ou adolescente num mundo adulto que quer tratá-los como iguais ou incapazes. O escritor americano Douglas Rushkoff vai mais longe e aconselha os adultos a observar o comportamento das crianças e adolescentes para que aprendam a “navegar numa época do caos e compreender o futuro”. (Mas haveria um perfil mais ou menos definido dos nossos adolescentes que vivem entre duas telas a cultura mediada pela tevê e pelo computador). Pesquisas de profissionais de marketing e sociólogos mostram certos aspectos típicos do comportamento dos adolescentes que não se expõem aqui para julgamentos ou avaliações, mas para reflexão e compreensão. Hiperatividade (1) – velocidade, simultaneidade, diversidade, a vida vídeo-clip; faz de tudo um pouco, mas de modo superficial, e o mais importante é a permanente busca de satisfação pessoal. Hedonismo – busca de auto-satisfação e realização do prazer, tudo para estar numa boa, fazer com que tudo fique numa boa. Cultura do corpo – objeto de prazer e integração consigo mesmo; objeto e instrumento de sedução e expressão, veículo da hiperatividade. Individualismo – são poucos os vínculos estreitos e permanentes; transitam em múltiplos relacionamentos; descompromisso com a sociedade em plano mais amplo; distância de utopias e projetos coletivos, e reserva de espaço doméstico próprio. Ritmo informal – falam de igual para igual em qualquer situação, em qualquer diálogo, sentem-se em liberdade para manifestar opiniões, seja com quem for; diluição das hierarquias, tratamento pouco protocolar com o poder estratificado, ainda que sem irreverência ou contestação; na verdade, são consumidores da irreverência de terceiros encenada nos palcos (cantores, artistas). Escolhas – só no papel de consumidores é que exercem total liberdade de opções e escolhas pessoais. Por que agem assim? Onde foi que nós erramos? E quais são os grilos que azucrinam suas cabeças? São muitos:  comportamento e tabus sexuais;  amor, paixão, conquistas e perdas;  relacionamento com a família, instabilidade da família;  os amigos e a turma, a tribo;  dinheiro;  drogas e violência;  escola, carreira e emprego, definição profissional;  descobertas, mudanças e surpresas;  as primeiras vezes, e a própria identidade. Famoso psicanalista pergunta se a indignação e a censura dos adultos são passam de lamentações e nostalgias de um mundo que já era, somadas a certa dificuldade em navegar num mundo que passa por mudanças tão rápidas e dramáticas como jamais a humanidade antes experimentou. Afinal, as novidades e transformações dos últimos 20 ou 30 anos superam tudo o que aconteceu desde Adão e Eva. Não é fácil surfar nessa massa de informação. Música kiko Zambianchi “Primeiros Erros” Dicas para professores de como Trabalhar com adolescentes Trabalhar com adolescentes é um desafio! Ao longo dos anos em que trabalhei com eles, e nas matérias que li a respeito, aprendi o seguinte: • 1- Seja honesto e franco - se você não sabe uma resposta, não enrole, pesquise e responda depois. Peça desculpas quando você cometer um erro. Incentive a conversa aberta e crie uma relação de confiança com os jovens, assim eles passarão a se sentir à vontade para fazer perguntas e participar. • 2-Respeite as opiniões - eles já querem ser tratados como adultos, mas precisam que você ajude-os a perceber erros e problemas. Ao mesmo tempo, adolescentes ainda tem muito de criança dentro de si. Promova o respeito mútuo - para com você e entre eles. • 3- Utilize temas atuais e do interesse deles, ou tente atualizar os temas que você vai trabalhar. Mantenha-se atualizado sobre os interesses dos jovens: preste atenção às vitrines de lojas, assista um pouco de TV os programas que eles gostam, converse com professores, psicólogos e profissionais que convivem com eles. Muitas editoras estão publicando Bíblias adaptadas a linguagem de torpedo ou com gírias; daria para fazer um trabalho interessante comparando estas com as versões tradicional e na linguagem de hoje. • 4- Varie as técnicas na medida do possível; use dinâmicas, vídeos, jogos de computador, brincadeiras, trabalhos manuais - coisas nas quais os jovens possam participar e fazer por eles mesmos. Adolescentes gostam de novidades, de ser surpreendidos, de se movimentar. Aqui no site visite as páginas de jogos e dinâmicas • 5- Evite palestras ou lições de moral. Leve os jovens a encontrar a "moral" por eles mesmos. Uma técnica interessante é a do tribunal: divida a turma em 2 grupos - acusação e defesa (você pode ainda ter um 3o. grupo para júri, dependendo do tamanho da turma). Proponha um texto reflexivo, por exemplo, uma atitude controversa. Os jovens devem apresentar seus pontos de vista, de acordo com o grupo a que pertencem, podem convocar testemunhas (personagens que outros jovens irão interpretar). É preciso chegar a uma conclusão no final - se nem todos concordam que pelo menos todos entendam o que levou a pessoa a agir como agiu. Pesquise em livros de técnicas de dinâmicas de grupo ou peça ajuda aos profissionais de Recursos Humanos / RH para outras técnicas como esta. • 6- Conte histórias, essa é uma atividade que atrai todas as idades - quem não gosta de um pouco e mistério, romance, aventura? Existem livros que tem inúmeras passagens interessantes, divertidas, guerras, paixões, etc... • 7- Crie momentos descontraídos, sem tema ou responsabilidade (um jogo de futebol ou queimado depois da reunião, um piquenique ou passeio, gincanas, etc..) - o ambiente informal ajuda a promover a integração e a amizade entre os jovens. Se possível, participe uma vez ou outra dos jogos, não como professor, mas como membro da equipe. Dicas para os Pais: Saibam o que fazer em certas situações difíceis e bem freqüentes nesta idade (a adolescência). Para lidar com adolescentes é preciso entender que se bem muitas capacidades de pensamento estão sendo desenvolvidas, as de controle emocional ainda demoram muito para amadurecer, mesmo assim é preciso ter em conta o que ele tem a dizer o adolescente só vai ouvir você se ele se sentir ouvido. 1-Saídas sem avisar: Ter pulso firme é importante, mas jamais deve ser controlador. É preciso expor a preocupação e deixar claro o risco desta atitude, mas sem ameaças. Trate-o como um adulto. A palavra de ordem é manter os combinados para reforçar a relação de confiança. Saiba com quem seus filhos vão sair, onde e como. Além disso, determine um horário para voltar. O ideal é estabelecer naturalmente os limites sem bater de frente. 2-Briga com namorado (a) Não se deve tomar partido. É preciso respeitar a individualidade. Mas ficar neutro perante uma briga não é estar indiferente, deve-se estimular o filho(a) a encontrar seu próprio caminho e refletir sobre o fato. Neste processo é o jovem que deve traçar seu próprio rumo. Brigas com namorado e até com amigos farão com que ele repense sua atitude e seus valores – tão imprescindíveis neste momento de busca da identidade. Conduza, sem determinar o trajeto. 3-Rejeição na escola Ser discriminado na adolescência é doloroso, pois a formação de um grupo tem grande valor, e traz uma sensação de pertencer a uma sociedade. Cabe aos pais ficarem atentos ao isolamento e as dificuldades de estabelecer amizades. Não se pode ignorar e achar que se trata de um momento passageiro. Mas atitudes radicais como tirar o jovem da escola, tomar para si sua dor e partir em defesa não devem ser tomadas. É preciso observar o que de fato está acontecendo, dialogar na escola e solicitar a ajuda de um profissional que facilitará todo o processo. 4-Ficar bêbado Experimentar os limites, inclusive na bebida, é pré-requisito para qualquer adolescente. Não adianta tentar conversar enquanto seu filho estiver bêbado, espere o porre passar, para depois ter pulso firme e tenha uma conversa franca, trazendo exemplos reais do que o uso abusivo do álcool significa, assim como os riscos aos quais ele fica submetido quando está bêbado. Não punir e lidar sobre o assunto de maneira aberta desde o inicio é importantíssimo. Segundo Danielle Gaspar: “A questão não é negar a existência de bebidas em sua casa ou no seu convívio, mas revelar através de sua atitude os limites para o uso”. 5-Uso de drogas É importante enfatizar que mesmo tendo afinidades com o grupo (gostos musicais/ esportes/estilo), ele é o senhor de suas próprias decisões. E é isto que o faz único, logo, tão especial. Reforce sua individualidade no dia-a-dia, elogie e apóie. O ideal também é que esclareça os tipos de drogas e suas conseqüências e no primeiro sinal, o mínimo que for buscar ajuda de um profissional. 6-Videogame e internet sem limites Horários e regras são imprescindíveis no tempo de utilização desses aparelhos, para que o adolescente não fique muitas horas nestas atividades. Não se deve invadir a privacidade do adolescente, pegando senhas de acesso ou rastreando pelos sites que andam sendo acessados. Respeitar e confiar são grandes elos para a confiança. 7-Escolha da profissão Pressionar, omitir os fatos e tentar direcionar um caminho, não colabora. Seja cúmplice nas incertezas e dúvidas, ajude-o a buscar dentro de si o que pode lhe dá mais prazer e satisfação. Emita opiniões e fale de sua própria experiência no trajeto da busca. No mais, mantenha a mente aberta para aprender sempre!

Espaço Aberto para a Educação

A Mensagem de hoje do nosso programa é: A LIÇÃO DA BORBOLETA Um dia, uma pequena abertura apareceu em um casulo. Um homem sentou e observou a borboleta por várias horas, conforme ela se esforçava, para fazer com que seu corpo passasse, através daquele pequeno buraco. Então pareceu que ela havia parado de fazer qualquer progresso. Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais. O homem decidiu ajudar a borboleta: ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta então saiu facilmente. Mas seu corpo, estava murcho e era pequeno e tinha as asas amassadas. O homem continuou a observar a borboleta porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo que ia se afirmar com o tempo. Nada aconteceu! Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas. Ela nunca foi capaz de voar. O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar não compreendia era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura era o modo com que Deus fazia com que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas, de modo que ela estaria pronta para voar, uma vez que, estivesse livre do casulo... Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida. O fascínio desta mensagem está em observar o processo de transformação que envolve cautela, percepção do ambiente, paciência, esforço e transformação. A borboleta, é um bichinho que causa grande fascínio por sua capacidade de transformação. Quando as condições climáticas estiverem favoráveis, a larva (lagarta ) vai sair do ovo e finalmente ela vai abrindo o casulo devagar até estar pronta para sair. Senão, ela espera. Talvez não exista mudança maior do que, de uma lagarta, um bicho rastejante, curioso, lento e pesado, virar uma borboleta, tão leve, linda e solta. Se ela não faz esse esforço, nunca será capaz de voar sozinha. Na lenda da borboleta “O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar, não compreendia era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura era o modo que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo. Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida”. Nascer ou renascer, é mesmo muito difícil! Vivemos a consciência de tantas transformações, mas ainda estamos tentando romper este casulo que traz complexa possibilidade de comunicações interativas, dos desafios que estas mudanças trazem. Diante disso “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo". Entrevista com a Profª Marja Cristina Agradeço a profª Marja Cristina que neste momento será entrevistada fazendo com que este Programa “Espaço Aberto para a Educação” seja um verdadeiro sucesso... 1. Sabemos que “a educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida”. Para melhor esclarecimento dos ouvintes do nosso programa Profª Marja, qual a função do Psicopedagogo? 2. Augusto Cury em um de seus livros nos mostra que: “Educar é semear com sabedoria e colher com paciência”. Quais as dificuldades encontradas na educação infantil do nosso município e quais as soluções para minimizar estas dificuldades? 3. O grande filósofo Platão escreveu que “A orientação inicial que alguém recebe da educação também marca a sua conduta ulterior” (imediato, subseqüente).Fale um pouco para nós sobre as creches e os trabalhos desenvolvidos para que aja uma educação de mais qualidade em nosso município... 4. Cito neste momento Michael Foucault que em seu livro Vigiar e Punir faz referencias a que “Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo”. Nossa profissão sofre a todo o momento, críticas construtivas e destrutivas... como você administra essas críticas? 5. comente um pouco sobre o programa “Espaço Aberto para a Educação” e sua participação na melhoria da Educação Infantil em nosso município fazendo assim, suas colocações finais ... Obrigada Profª pela entrevista e o nosso programa continua a disposição de todos vocês ... Música...MPB Vem aí... Bons Exemplos na educação: “Os progressos obtidos por meio do ensino são lentos; já os obtidos por meio de exemplos são mais imediatos e eficazes”. Diante disso temos um exemplo na educação infantil que deu certo... A Educação Infantil é coisa séria! É a porta de entrada para o mundo da escola. É o momento do aluno entrar em contato com a escola. Por isso... O programa Espaço Aberto para a Educação traz neste momento... a experiência da professora Luciana do Nascimento Santos, do CEI - Centro Educacional Integral Santa Escolástica - Mosteiro de São Geraldo, São Paulo. Ela trabalhou com crianças de 6 anos da comunidade de Paraisópolis, em São Paulo... De famílias simples, os alunos tinham pouco acesso a livros e atividades culturais... Mas isso não deteve a professora... Pelo contrário... Com o uso da música e da dança, ela buscou ampliar o universo cultural das crianças e mostrar a elas as influências africanas na cultura brasileira. Para isso, contou com instrumentos musicais, livros, revistas, obras de arte que retratam o negro e a época da escravidão e até uma visita ao Museu Afro-Brasileiro. Os alunos mergulharam nas raízes da nossa cultura. E a cada passo, conheciam mais sobre o Brasil. Todo o trabalho de Luciana e seus alunos foram registrados em um grande mural na sala de aula, testemunho de um ano de muito aprendizado. Luciana foi uma das ganhadoras do prêmio Educador Nota 10, da Fundação Vitor Civita. Musica MPB... Dicas sobre Educação: Os 10 mandamentos da educação infantil A criança aprende aquilo que vive e a melhor forma de educar é lhe propiciar um ambiente saudável. Esses mandamentos vão lhe ajudar nessa tarefa. 1 - Estimular - Se a criança é bem estimulada, aprende a confiar. 2 - Valorizar - Se é valorizada, aprende a dar valor. 3 - Mostrar equilíbrio - Se vive em equilíbrio, aprende a ser justa. 4 - Transmitir segurança - Se sente firmeza, aprende a ser segura. 5 - Não humilhar - Se é humilhada, aprende a se sentir culpada. 6 - Não criticar - Se é criticada, aprende a condenar. 7 - Não maltratar - Se é vítima de maus tratos, aprende a agredir. 8 - Fazer amizades - Se acriança tem amigos, aprende a ser companheira. 9 - Dar afeto - Se recebe afeto, aprende a ser amiga. 10- Dar apoio - Se é bem aceita, aprende a encontrar o amor no mundo. Dicas de Cantinhos para sala de aula na Educação Infantil: Cantinho da Leitura: Nesse "cantinho" devem conter livros de histórias infantis diversas e adequadas à faixa etária dos alunos. Praticamente todas as salas de aula de turmas iniciais já possuem este "Cantinho" que deve ser feito com estantes da altura das crianças e almofadas coloridas ou tapete emborrachado para a Hora do ouvir e contar histórias – Se na sua escola as crianças tem que ir até outra sala para realizar esta atividade ou se os livros ficam escondidos e longe do alcance dos pequenos – Repense esta prática! É muito importante que as crianças tenham contato com os livros, e os identifiquem como algo do seu dia a dia, que está ao seu alcance, com o que pode contar. Isso facilitará todo o processo de alfabetização e será imprescindível para tornar seu aluno um futuro leitor. Cantinho da Música: Sabemos que nem sempre é possível ter dentro de sala de aula um aparelho de som à disposição, porém este cantinho deve ser mantido de acordo com as possibilidades. Sugerimos gravar em CDs ou Fitas Cassete diferentes estilos musicais escolhidos pelo professor e pelo menos um estilo preferido de cada aluno. Temos várias sugestões de trabalho com músicas na Educação Infantil e estas são fundamentais sempre e não somente em aulas específicas de música, onde o tempo é muito limitado para a quantidade de atividades que podem ser realizadas. Nesse mesmo cantinho sugerimos que tenha uma Caixa com instrumentos musicais, que podem ser confeccionados pelas próprias crianças com a ajuda do professor. Cantinho da Sucata: Tudo que poderia ser lixo serve para você professor de Educação Infantil como um recurso de grande valia. Construir brinquedos, bonecos, casinhas; usar tampas de refrigerantes, palitos, potinhos para contagem; simplesmente manusear e distinguir cores e formas de olhos abertos ou vendados; são somente alguns exemplos do que pode ser feito com este rico material. Cantinho das Dramatizações: Imagine um baú repleto de chapéus, óculos, chales, bijuterias, maquiagens, fantasias, perucas, máscaras... Em frente a ele imagine um espelho na altura das crianças. Pronto! Você acaba de ter dentro de sua sala de aula um ambiente fascinante onde atividades corporais e de Jogo Simbólico serão realizadas. Cantinho dos Jogos: Os Jogos Pedagógicos confeccionados em EVA, cortiça, cartolina ou até mesmo os de madeira e borracha também devem estar ao alcance dos pequenos em um "cantinho" especial. Quebra-cabeças, Jogos de Encaixe e muitos outros... Sugerimos que caso não tenha como a escola oferecer nem tão pouco pedir ajuda aos responsáveis, que a professora vá confeccionando aos poucos, de acordo com as datas comemorativas por exemplo e colecionando-os numa caixa também separada. Brinquedoteca: E a sugestão dada aqui é que os momentos de brincadeiras com os mesmos também sejam, por vezes, supervisionados pelo professor ao qual pode fazer interferências criando situações-problema, comparando-os a atitudes de sua realidade diária, provocando novas descobertas no meio das brincadeiras. Um bom observador pode descobrir muito dos alunos através de suas brincadeiras e tirar proveito disso sempre. A básica "chamadinha": Na sua "chamadinha" básica além dos nomes e das fotos de seus alunos, da janelinha do tempo e dos dias da semana você pode incluir algo importante do dia: Uma notícia, uma data especial, um acontecimento na escola, ou simplesmente a conclusão do dia registrada por escrito juntamente com os alunos. Torne este momento diário sempre atraente e divertido. E lance mão destes recursos presentes em sua "chamadinha" sempre que necessitar não somente na hora da entrada. Essas foram as nossas dicas sobre educação infantil...esperamos que você tenha gostado...

INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

Crie Uma Ótima Apresentação No Power Point

Crie Uma Ótima Apresentação No Power Point

Por: Sandra Regina da Luz Inácio

Se o pensamento de apresentar-se em frente de uma platéia lhe faz tremer os joelhos, tente estes truques para melhorar suas técnicas de apresentação:




  1. Criar um esquema: Você pode pensar que não precise descrever os tópicos de sua apresentação, mas isso provavelmente vai lhe poupar tempo e aborrecimentos futuros. Expondo toda a sua apresentação, lhe permite organizar o fluxo de informação e garante que você tenha incluído todas as questões relevantes.




  1. Determinar o número adequado de Slides: Se você estiver usando Power Point, a regra geral é que cada slide exigirá dois a três minutos de discussão. Você conhece melhor o seu tema, mas 25 a 30 slides provavelmente seria apropriado para uma apresentação de uma hora.




  1. Limite a quantidade de texto: Slides com textos longos fará o seu público-alvo perder mais depressa o interesse. Tente colocar não mais de cinco itens descritos nos slides, e sempre que possível. Isto significa que você deve ilustrar o tema com mapas, gráficos, imagens gráficas, ou outros recursos visuais para manter o seu conteúdo atraente.




  1. Minimizar os sons de sinos, assobios, etc.: Vários slides com ruído, pode distrair o público como também irritar algumas pessoas. Distrair o seu público em determinados momentos de descontração é necessário, mas saiba exatamente quando e os motivos. Resista à tentação de apimentar seus slides com animações ou música, a menos que realmente aumenta a sua mensagem.




  1. Revise e verifique a ortografia: A apresentação pode ser ótima, Em uma apresentação, mas nada mata mais depressa do que erros gramaticais. Você pode ser o orador mais envolvente do mundo, mas erros ortográficos e de pontuação errada pode causar o seu público-alvo a perder foco e compromete sua credibilidade. Se você não confia em sua própria capacidade, peça a um colega rever a sua ortografia na apresentação.




  1. Pratique, pratique e prática: Quanto mais você praticar suas apresentações, melhores ficarão. Nada melhor que um palestrante muito bem preparado.




  1. Não fique nervoso: o Nervosismo dos apresentadores, o mesmo pode falar demasiadamente depressa ou esquecer algum ponto durante a apresentação. Para ajudar com a estimulação, conscientemente faça pequenas pausas entre as frases e slides perguntando à platéia ou contando algum caso verídico. Dois segundos podem parecer uma eternidade para você, mas permite que seu público tenha tempo para absorver o que você acabou de dizer.




  1. Gravar o seu desempenho: Um profissional falando em programas usam câmeras e vídeos. Faça isso para verificar como sua performance está melhorando e como está a sua presença no palco. Usando uma câmera de vídeo para captar o seu desempenho lhe permite identificar o seus hábitos, nervosismo e quebrar-los antes de deixar a platéia falando de quantas vezes você disse "Né", ”Hein”, etc..




  1. Alegre sua platéia: A melhor maneira de chegar à multidão e prender sua atenção é abrir a palestra com humor. Comece com uma piada inteligente ou um caso engraçado que esteja relacionado com o seu assunto.




  1. Mantenha um olho no relógio: Mantenha um olho no tempo, assim você saberá quando pode acelerar ou abrandar. Você também pode pedir que alguém na platéia para dar-lhe sinais com plaquetas ou sinais, se necessário. Se a sua apresentação terminar antes do tempo atribuído, aberta espaço para perguntas.




  1. Fale com expressões faciais: Faça um esforço para falar a toda a audiência, o que significa olhar ao redor da sala e que cada participante senta-se como se você está falando diretamente pra ele. Se você fizer contato visual, transmitirá a sua capacidade de envolver toda a platéia.




  1. Não se esqueça de sorrir: Utilize forte entonação em sua voz e mantenha um sorriso em seu rosto. Sua audiência será espelho do seu comportamento. Palestrantes muito sérios tendem a fazer a platéia dormir.



Se você está falando para uma platéia de seis ou seiscentas pessoas, essas dicas devem ajudá-lo a tornar-se um apresentador profissional. Lembre-se que o número é uma chave para o sucesso e você deve estar muito bem preparado.



Outra ótima maneira de aprender novas técnicas é a crítica para o desempenho de outros apresentadores. Assista apresentações na televisão ou palestras sobre o mesmo assunto que o seu. Observe como os oradores envolvem a platéia e veja os truques para que você possa incorporar ao seu próprio esquema.



Origem: Publique Artigos no site Artigonal.com

Perfil do Autor:

•PhD em Administração de Empresas pela Flórida Christian University (EUA)
•PhD em Psicologia Clínica pela Flórida Christian University (EUA)
•Psicanalista e Diretora de Assessoria Geral da Sociedade de Psicanálise Transcendental.
•Mestre em Administração de Empresas, Especialista em Estratégias de Marketing em Turismo e Hotelaria, MBA em Gestão de Pessoas e Especialista em Informática Gerencial.
•Psicanalista voluntária na Casa de Apoio à Criança Carente com Câncer e na Universidade da Terceira Idade.
•Professora da FGV do Rio de Janeiro e de mais 03 universidades.
•Empresária no ramo moveleiro
•Responsável e Membro do Conselho Editorial da Revista Empresa Familiar.
•Coordenadora do grupo de Excelência de Empresa Familiar do Conselho Regional de Administração de São Paulo - CRA.
•Diretora da DS Consultoria S/S Ltda, especializada em Empresas Familiares.
•Conciliadora, Mediadora e Árbitra Empresarial.
•Membro do Conselho Editorial e responsável pela Revista Empresa Familiar.
•Autora do livro O Perfil do Empreendedor e co-autora do livro Empresa Familiar: Conflitos e Soluções, juntamente com Domingos Ricca, Roberto Gonzalez e José Bernardo Enéas Oliveira.
•Vários artigos publicados na área de Administração e Psicanálise em revistas especializadas.
e-mail: sandra@empresafamiliar.com.br

INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

Inclusão e conscientização digital

Inclusão e conscientização digital

Por: Armando Terribili Filho

A palavra “digital” se transformou, com o uso extensivo do computador no cotidiano da vida moderna, em um adjetivo popular para qualificar substantivos: “certificação digital”, “segurança digital”, “crime digital”, “inclusão digital”, entre outros. O que se pode perceber é que o mundo digital deixou de ser exclusivamente virtual e passou a ser integrante de nossa realidade.

A “inclusão digital” tem por objetivo promover acesso às tecnologias àqueles que não têm esta possibilidade, para que possam exercer a cidadania e se integrar à sociedade, participar da vida cultural e competir no mercado de trabalho. É indiscutível o abismo existente entre o mundo dos incluídos e dos excluídos digitais. No entanto, há uma série de preocupações que nós, pais e professores, devemos ter com os jovens que integram o grupo dos incluídos. São adolescentes que fizeram do computador os nossos carrinhos e bonecas de antigamente, mas que não receberam formação adequada para utilização dos recursos tecnológicos. Não discutimos aqui a formação técnica, pois esta habilidade eles conseguiram desenvolver de forma muito natural e rápida; discutimos sim, os aspectos morais e éticos envolvidos com o uso das novas tecnologias.

Lançamos algumas questões para reflexão. Quantos adolescentes fornecem senhas particulares a amigos sem critério? Quantos são informados dos riscos de se abrir uma correspondência eletrônica de origem desconhecida? Quantos sabem que a lei do direito autoral protege os proprietários dos softwares e que a pirataria é crime? Quantos recebem piadas preconceituosas através de seus e-mails e as repassam? Quantos são informados que um repasse de fotos pornográficas pode ser alvo de acusação de assédio sexual? Quantos sabem que o adultério - crime previsto no Código Penal Brasileiro e que estava em desuso - voltou a ser rediscutido por juristas sob o enfoque do adultério virtual? Quantos de nossos jovens têm consciência que é responsável civil e criminalmente por seus atos na rede?

A maioria dos adolescentes crê que os atos digitais são anônimos. Engano! Todo computador possui um endereço na rede: o IP (Internet Protocol). Desta forma, tudo o que for feito sob um IP pode ser rastreado, identificado, divulgado e usado como prova em tribunais. No caso das Lan Houses, Cyber Cafés e Cyber Offices, foi aprovada uma lei estadual em 2006 que as obriga a criar e manter cadastro dos usuários por 60 meses. A privacidade é assegurada, mas as informações obtidas pelo rastreamento das ações da pessoa na rede podem ser divulgadas mediante ordem judicial.

Medidas de segurança devem ser divulgadas e incorporadas em nosso dia-a-dia. No âmbito pessoal, o cuidado com o uso de senha é essencial, pois trata-se de uma identidade confidencial e intransferível. No ambiente corporativo, instruções sobre o uso inadequado de e-mails e de software pirata devem ser divulgadas, já que podem resultar em demissão e/ou em outras punições, além de ocasionar problemas à imagem da empresa e à integridade de seus dados, além de poder deixá-la à mercê de graves conseqüências legais pelo uso de softwares não-licenciados.

Portanto, além do termo Inclusão Digital – e dos outros citados no início deste artigo -, devemos discutir a Ética Digital. Se pensarmos em inclusão sem conscientização, criaremos um outro abismo, diferente daquele entre incluídos e excluídos: um abismo entre éticos e não-éticos. Ética Digital deveria ser disciplina obrigatória no ensino fundamental, médio e superior, pois uma sociedade moderna, desenvolvida e justa deve ter como alicerce a Ética.

Origem: Publique Artigos no site Artigonal.com

Perfil do Autor:

Armando Terribili Filho, PMP. Doutor em educação pela UNESP e mestre em Administração de Empresas pela FECAP. Diretor de projetos da Unisys Brasil em São Paulo, professor da Faculdade de Administração e da pós-graduação da FAAP em cursos de Gestão de Projetos. Atua também na pós-graduação da UNINOVE em curso de formação de professores para o ensino superior. Detém a certificação PMP do PMI (Project Management Institute).

REFORMA ORTOGRÁFICA

Reforma Ortográfica

Reforma Ortográfica

Por: Vívian Cristina Rio

REFORMA ORTOGRÁFICA

"Ortografia é convenção. As pessoas assimilarão as mudanças. Crianças não terão dificuldade, [elas] aprenderão assim"

MAURO VILLAR

lexicógrafo (autor de dicionário)

"Vai ser uma confusão. Ortografia não se aprende por regra. As pessoas vão ter forçosamente que ler a respeito"

SÉRGIO NOGUEIRA

professor de português e consultor de língua portuguesa no Rio de Janeiro

A partir de 1º de janeiro de 2009, entra em vigor a tão discutida reforma ortográfica, elaborada em 1990 e finalmente aprovada neste ano. O objetivo do acordo é unificar o português escrito (e não o falado), língua oficial de Portugal, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste.

Mas a língua portuguesa pouco mudará com a chegada do novo ano. Estima-se que, em Portugal, as mudanças resultam em 1,5% de alteração no vocabulário, contra 0,5% no Brasil. Talvez a maior mudança ocorra na informática, já que os verificadores ortográficos dos editores de texto terão que ser modificados. A Microsoft, claro, já tratou de providenciar a atualização do corretor do pacote Office gratuitamente para todos os usuários.

É importante, no entanto, não deixar a tarefa de atualização do português para a Microsoft, afinal, hoje em dia, na área empresarial, fala-se tanto em aprimoramento, reciclagem de conhecimentos. Esse é um bom momento para um upgrade na língua.

Elaboramos um guia com as principais mudanças do Acordo Ortográfico, para que você possa consultá-lo. (Caso deseje receber nosso manual, entre em contato conosco pelo site)

ALFABETO: de 23, passa a ter 26 letras, com a reintrodução das letras k, w e y - embora elas sempre tenham sido usadas, em unidades de medidas, por exemplo.

ACENTUAÇÃO

TREMA: não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui

Em vez de Escreva

agüentar aguentar

bilíngüe bilíngue

freqüência frequência

tranqüilo tranquilo

pingüim pinguim

* Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas (Müller, mülleriano).

ACENTO AGUDO

1. Não se acentuam ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).

Em vez de Escreva

apóia (verbo ‘apoiar') apoia

jóia joia

idéia ideia

assembléia assembleia

* Atenção: continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis, como papéis, herói, heróis, troféu, troféus.

2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos

quando escritos depois de um ditongo.

Em vez de Escreva

cheiínho cheiinho

baiúca baiuca

Bocaiúva Bocaiuva

feiúra feiura

* Atenção: o acento permanece em palavras oxítonas em que o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), como em tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

ACENTO CIRCUNFLEXO

1. Não se acentuam palavras terminadas em êem e ôo(s).

Em vez de Escreva

abençôo abençoo

crêem creem

lêem leem

vêem veem

vôo voo

zôo zoo

ACENTO DIFERENCIAL

1. Não se usa mais o acento que diferencial dos pares pára/para, péla(s)/

pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.

* Atenção: Permanece o acento diferencial em:

- Pôde (passado do verbo "poder") / pode (presente do verbo "poder").

- Pôr (verbo) / por (preposição).

- Diferenciação de singular e plural dos verbos ter e vir e de seus derivados

(manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).

Ele tem dois cargos. / Eles têm dois cargos.

Ele vem de Campinas. / Eles vêm de Campinas.

Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.

HÍFEN

Usa-se hífen quando

1. O segundo elemento começar com h

Escreva

anti-higiênico

co-herdeiro

mini-hotel

sobre-humano

super-homem

Obs.: Na palavra ‘subumano' o h desaparece

2. O primeiro elemento terminar com vogal ou consoante igual à letra que começar o segundo (exceto: cooperar, cooptar)

Em vez de Escreva

antiimperialista anti-imperialista

Arquiinimigo arqui-inimigo

contraataque contra-ataque

microondas micro-ondas

micrnibus micro-ônibus

Obs.: Esta é a regra já usada para usar o hífen em palavras como: sub-bibliotecário, inter-regional.

Não se usa hífen quando

1. O primeiro elemento terminar com letra diferente da que começar o segundo.

Em vez de Escreva

auto-ajuda autoajuda

auto-escola autoescola

auto-estima autoestima

auto-estrada autoestrada

infra-estrutura infraestrutura

2. O primeiro elemento terminar com vogal e o segundo começar com consoante, exceto o h (anti-herói).

Escreva

anteprojeto

infravermelho

vasodilatador

Obs.: quando a segunda palavra começar com r ou s, essas letras devem ser dobradas.

Em vez de Escreva

anti-rugas antirrugas

auto-retrato autorretrato

supra-sumo suprassumo

ultra-sonografia ultrassonografia

3. O primeiro elemento terminar com consoante e o segundo começar com vogal (exceção, como mal-estar)

Escreva

hiperacidez

interescolar

interestadual

superinteressante

Obs.: O hífen permanece quando o prefixo terminar em r (hiper, inter, super) e o segundo elemento também começar com r. Exs.: hiper-requintado, inter-relacionado, super-resistente.

4. Em certas palavras compostas que perderam a noção de composição:

Escreva

girassol

mandachuva

paraquedas

paraquedista

* Atenção: na maioria dos substantivos e adjetivos compostos, mantém-se o hífen. Exs.: ano-luz, arco-íris, bem-te-vi, conta-gotas, couve-flor, guarda-roupa, luso-brasileiro, para-raio, para-lama, guarda-chuva.

Outros casos de palavras compostas

1. Usa-se hífen nas palavras compostas com os advérbios bem e mal, como em: bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado; mal-estar, mal-humorado.

Mas lembre-se de que os antônimos das palavras malvisto, malcriado e malnascido são escritos com hífen: bem-visto, bem-criado e bem-nascido.

* Exceções: bendizer, benfeito, benquerer.

2. Não se emprega hífen em locuções como: cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, sala de jantar, cor de vinho, ele próprio, à vontade, abaixo de, acerca de, a fim de que etc.

* São exceções as locuções já consagradas pelo uso: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, à queima-roupa.

Mais prefixos e o uso do hífen

Usa-se hífen com:

1. O prefixo sub diante de palavra iniciada por b, h e r: sub-base, sub-hepático, sub-região. Atente-se para exceções como: subumano, subumanidade (h aglutinado).

2. Os prefixos circum e pan diante de palavra iniciada por m, n e vogal.

Exs.: circum-navegação, pan-americano.

3. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice.

Exs.: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu, vice-rei.

4. Com os prefixos ab e ad diante de palavra iniciada por b ou r.

Exs.: ab-rogar, ad-renal.

Não se usa hífen com:

1. O prefixo co, que se aglutina em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o:

Exs.: coautor, coerdeiro (h aglutinado), coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante.

Origem: Publique Artigos no site Artigonal.com

Perfil do Autor:

Vívian Cristina Rio, Linguista graduada pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Doutoranda pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Foi professora de Redação e Gramática em cursinho pré-vestibular e corretora de Redação do Vestibular da UNICAMP. Participou de vários congressos – dois internacionais – e publica artigos em livros e revistas especializadas em Lingüística. Colaboradora da Revista Língua Portuguesa, Editora Segmento. Instrutora de Comunicação Oral e Escrita, ministrou treinamentos em diversas empresas, como Banco Itaú, DaimlerChrysler, GE, International Paper do Brasil, Natura Cosméticos, Novartis, Ripasa, Sadia, Tintas Coral, Villares Metals, entre outras.

Vinte Dicas Para Quem Pretende Trabalhar Ou Trabalha Com Educação Infantil

Vinte Dicas Para Quem Pretende Trabalhar Ou Trabalha Com Educação Infantil

Por: Angela Adriana de Almeida Lima

Sendo a Educação Infantil a fase inicial da vida escolar da criança, necessário se torna que os profissionais envolvidos neste processo - especialmente educadores - apresentem aspectos condizentes à realidade em questão. Certas características devem ser observadas ao se contratar este profissional e eticamente falando - ao assumir a responsabilidade de se trabalhar com crianças. Foram elencadas abaixo vinte dicas e características que um profissional deve ter para realizar um trabalho prazeroso e significativo com crianças pequenas,


1- GOSTAR DE CRIANÇAS, é imprescindível que o profissional goste de crianças , afinal nesta fase elas exigem paciência e amor a todo momento. Pressupõe-se que quem gosta de crianças, goste também de trabalhar com elas. O trabalho com pequenos requer disposição, carinho, responsabilidade e uma energia imensa proviniente somente de quem gosta do que faz.


2- AGILIDADE é uma característica de peso considerável, pois a criança corre, pula, caí, levanta, descarrega energia e se envolve em situações repentinas de risco, onde a agilidade do profissional pode evitar acidentes graves com os pequenos.


3- BOM PREPARO FÍSICO, nesta fase a maioria das brincadeiras são realizadas no chão, em rodas de conversa ou em círculos programados para as atividades, para tanto o profissional necessita de boa disposição física para sentar, levantar, pular, engatinhar, enfim participar de todas as atividades que propõe à criança. Além do que, os pequenos adoram presenciar adultos executando as mesmas atividades que eles.


4- SER ÉTICO, assuntos relacionados à instituição e suas famílias devem ser preservados. Nesta fase é comum crianças comentarem intimidades das famílias - estes casos ajudam os profissionais a conhecerem a realidade de vida da criança - e também alguém da família procurar apoio , confiando seus problemas a pessoas que trabalham na Instituição. Todavia, estes fatos somente poderão ser comentados em casos extremos- a pessoas especializadas ( Pedagogos, Psicopedagogos, Psicólogos e Assistentes Sociais) e com a aprovação da Equipe dirigente da Instituição. Tratar aos colegas com respeito e cordialidade, evitando brincadeiras desnecessárias e abusivas, afinal a criança observa o professor e o imita a todo momento.


5- SABER OUVIR OS RELATOS INFANTIS, nestes momentos o profissional poderá detectar possíveis problemas de várias naturezas, pelos quais a criança poderá estar passando - ou até mesmo sobre sua personalidade.


6- SER FIRME E AMÁVEL AO MESMO TEMPO, a criança testa o adulto a todo instante e quando percebe que está vencendo, se torna indiscilplinada e resistente às regras de convivência. Porém, a amabilidade deve ser cultivada, assim a criança se sentirá segura, afinal está em um ambiente onde todos são estranhos a ela. Então, caberá ao educador conciliar ambos aspectos, ponderando suas atitudes e conscientizando a criança sobre seus deveres, sempre que necessário.


7- RECEBER BEM OS PEQUENOS E SEUS FAMILIARES, os pais precisam se sentir seguros em relação ao local e às pessoas em que estão confiando seus filhos. Portanto, o profissional deve recebê-los sempre com cordialidade, esclarecendo suas dúvidas, tranquilizando-os em seus anseios, se disponibilzando a atendê-los quando necessitarem e utilizando estratégias que motivem a criança a gostar de ir para a instituição.


8- SER CRIATIVO, o planejamento pedagógico deverá nortear o trabalho do educador, todavia, poderá ser alterado sempre que a atividade proposta não estiver despertando o interesse da turma, para isso o profissional deverá ser criativo e tornar a atividade em questão mais prazerosa ou até mesmo lançar mão de outra atividade. Elaborar um plano de aula focado em situações cotidianas das crianças ou da Instituição, encontrando ou criando músicas, histórias, jogos, atividades e brincadeiras que enfatizem o tema do planejamento é uma ótima estratégia para um trabalho diversificado.


9- QUERER APRENDER, a todo momento surgem fatos inesperados quando o assunto é criança, e nem sempre o profissinal está preparado para resolver tudo o que acontecer, portanto, deverá ter humildade para pedir ajuda e querer aprender com os mais experientes.


10- UTILIZAR ROUPAS ADEQUADAS, caso a instituição não adote uniforme, o ideal é camiseta e calça de malha ou jeans - mais largo - para não prejudicar o desempenho das atividades, e tênis ou sandálias rasteirinhas. Roupas decotadas, saias, sandálias de salto, roupas apertadas, transparentes, miniblusas ou tomara que caia devem ser evitados, pois além de inibir o trabalho do profissional, desperta a tenção de pais, colabores, profissionais e demais pessoas envolvidas no processo.


11- NÃO DEIXAR AS CRIANÇAS SOZINHAS, ter consciência de que as crianças não podem ficar sozinhas em nenhum momento, caso tenha necessidade de se ausentar do espaço onde se encontra com a turma, peça a uma criança que chame outro profissional para assumir seu lugar temporariamente. Um segundo sozinhas, os pequenos cometem atitudes inesperadas.


12- JAMAIS DÊ AS COSTAS ÀS CRIANÇAS, ao falar com alguém na porta da sala - ou em qualquer outro espaço - jamais dê as costas às crianças, em fração de segundos acontecem muitos problemas sem que o educador esteja vendo.


13- TRABALHAR SEU TOM DE VOZ, não falar em tom áspero, irônico e volume alto - assim a criança só compreenderá suas solicitações quando as mesmas forem feitas com gritos. O ideal é manter um tom baixo e calmo, todavia caso haja necessidade de uma alteração, que não haja grito e sua mudança na tonalidade da voz..


14- GOSTAR DE MÚSICA, nesta fase a musicalização é muito utilizada. O profissional deverá gostar, conhecer e querer aprender mais e mais músicas, de preferência acompanhadas de gestos que ajudam muito no desenvolvimento infantil.


15- SABER CONTAR HISTÓRIAS, sim pois contar histórias não é ler o livro - é contar com emoção, despertando a curisidade e a imaginação da criança.


16- CONHECER AS ÁREAS DO CONHECIMENTO A SEREM TRABALHADAS: Racíocinio lógico matemático, Linguagem oral e escrita, Psicomotricidade, Áreas Perceptivas, Conhecimento Social, Áreas de expressão artística e cultural, Valores Humanos,Religiosidade, Consciência Ecológica e Conhecimento físico - elaborando seu plano de aula enfatizando todas as áreas.


17- LER E EXECUTAR A PROPOSTA PEDAGÓGICA E O REGIMENTO DA INSTITUÇÃO, assim o trabalho do profissional terá embasamento teórico e sustentabilidade pedagógica.


18- SABER ELABORAR PROJETOS DE AÇÃO PEDAGÓGICA envolvendo temas atuais, o trabalho com projetos facilita o trabalho do educador, porém, estes projetos devem ser executados com criatividade envolvendo temas de interesse das crianças e ao mesmo tempo objetivando uma conscientização sobre o tema proposto. Os projetos devem ser constantemente avaliados, caso contrário, não terão significado ao processo educacional.


19- DECORAR E REDECORAR O AMBIENTE SEMPRE QUE NECESSÁRIO, os olhos da criança se cansam com facilidade de determinadas decorações, para evitar esta situação, o ideal é utilizar cores claras, tons pastéis e desenhos acompanhados de paisagens, passarinhos, vales, árvores e flores, pois acalmam os pequenos.


20- RESERVAR UM ESPAÇO NA SALA PARA EXPOSIÇÃO DAS PRODUÇÕES DAS CRIANÇAS e convidar os demais profissionais da Instituição, bem como os familiares dos pequenos, para visitarem a exposição de trabalhos delas. Pode-se colocar um nome na exposição e um pseudônimo para o autor da obra. Expor trabalhos nos corredores de entrada da Instituição - de forma criativa, sempre identificados e relatando os objetivos- também apresenta bons resultados.


É importante ressaltar que não há receita pronta para se trabalhar em nenhum nível educacional, mas a troca de experiências tem garantido excelentes resultados aos profissionais. Entretanto, a chave do sucesso de qualquer trabalho consiste em gostar do que faz. Quando se faz o que se gosta, as barreiras se tornam transponíveis e as amarras mais frouxas.




Origem: Publique Artigos no site Artigonal.com

Perfil do Autor:

Formada em Magistério Graduada em Pedagogia com Supervisão Escolar; Especialista nas áreas de Psicopedagogia Institucional; Docência Universitária e Inspeção Escolar.Trabalho como professora de Ensino Fundamental nas redes Estadual e Municipal,ministro minicursos e palestras com os temas Respeitando e Convivendo Com as Diferenças e Bullying em diversos contextos sociais. www.angelaadriana.com.br

Sugestão Aos Professores Alfabetizadores

Sugestão Aos Professores Alfabetizadores

Por: Neuza Razza

Ninguém mais tem a ilusão que a cada ano em que entramos na sala de aula, não será um ano qualquer ele vai ser especial. Nós sabemos que ele será de muito trabalho. Ele exigirá de cada um muita garra, perseverança, combatividade e acima de tudo, muito profissionalismo.



No primeiro momento, antes de se fazer o planejamento, é necessário conhecer os alunos, como estão, o que produzem, a que nível estão.



Depois de analisar todo o contexto que se apresenta, ai você vai poder traçar qual o seu objetivo a alcançar nessa classe. Então, poderá fazer o seu planejamento de acordo com o seu projeto, e não utilizar o mesmo planejamento de anos anteriores e sim o de acordo com o nível da classe.



Todo professor deverá de bimestre em bimestre verificar, o processo de ensino aprendizagem de seus alunos e se preciso for, refazer o seu planejamento adequado ao andamento da classe. Verificar onde houve a falha e retomar para que todos caminhem juntos.



Alfabetizar é muito mais que manejar a correspondência entre sons e letras escritas. A escrita tem ocupado um lugar muito estreito na prática escolar. Ensina-se a criança a desenhar letras e construir palavras com elas, mas não se ensina a ler o que está escrito.



Um novo material didático não mudará o eixo da alfabetização se continuarmos acreditando que a criança deve aprender a técnica de associar formas gráficas às sonoras.



O processo de aprendizagem precisa ser construído e está baseado em (3) três pontos centrais:- ouvir, entender e escrever. Se não houver interesse em ouvir o que se está lendo, ensinando alguma coisa, ou mesmo escrevendo, não há aprendizagem, porque se não prestar atenção, não vai entender do que se está falando e não vai conseguir escrever, como também não vai haver o registro pela memória.



É importante promover a aquisição e o domínio da leitura e da escrita levando em conta a criança no seu processo de construção do conhecimento.



A leitura é muito importante e a fazemos com pequenos textos, contos, histórias em quadrinhos, poesias, histórias de todos os tipos, para que comecem a notar as diferenças entre eles, e trabalhar formas de brincadeiras lúdicas, dramatização envolvendo as leituras feitas. Mas o principal, não haver cobranças e ensinar as crianças, mantendo uma seqüência para que elas vençam as dificuldades, e passo a passo escrevendo sem medo de errar.



A criança tem que sentir que nos a amamos e está sendo apoiada nos estímulos que lhe oferecemos.



Autora: Profa. Neuza Razza – Pedagoga – professora do ensino fundamental e médio, e-mail: nrazza@ig.com.br e neuza.razza@ig.com.br

Origem: Publique Artigos no site Artigonal.com

Perfil do Autor:

Pedagoga, escritora – professora do ensino fundamental e médio.

Altas Habilidades - Igualdade De Oportunidade

Altas Habilidades - Igualdade De Oportunidade

Por: Agpp

ALTAS HABILIDADES

IGUALDADE DE OPORTUNIDADE

Gema Parenti Araújo

Pedagoga pesquisadora

Resumo: O objetivo deste artigo é conhecer os princípios normativos do projeto Altas Habilidades, suas finalidades e critérios de seleção; refletir sobre a exclusão que pode ocorrer com os alunos que não são selecionados para as Altas Habilidades e as ações realizadas na escola para o atendimento à diversidade; reconhecer quais são os sentimentos e pensamentos dos alunos a esse respeito e averiguar o motivo da implantação do Projeto de Altas Habilidades.

Palavras-chave: Habilidades, escola, diversidade, inclusão, realidade, Exclusão.

Essa pesquisa, de caráter participante, foi desenvolvida em uma Escola Estadual de Ensino Fundamental. Teve como tema Igualdade de Oportunidade. O objetivo conhecer os princípios normativos do projeto Altas Habilidades, suas finalidades e critérios de seleção; refletir sobre a exclusão que pode ocorrer com os alunos que não são selecionados para as Altas Habilidades e as ações realizadas na escola para o atendimento à diversidade; reconhecer quais são os sentimentos e pensamentos dos alunos que se sentem cobrados pelos colegas por participarem do Projeto das Altas habilidades; analisar a organização da Sala de Altas Habilidades em relação à proposta pedagógica da escola e averiguar o motivo da implantação do Projeto de Altas Habilidades.

A escola em questão é uma das dezesseis escolas estaduais que possuem uma sala especialmente equipada destinada ao projeto intitulado Projeto Educacional para Pessoas Portadoras de Altas Habilidades/Superdotação, em Porto Alegre, que tem como objetivo geral "implantar o atendimento educacional para alunos com altas habilidades/superdotados em escolas públicas estaduais do Rio Grande do Sul" (www.faders.rs.gov.br).

Segundo a Organização Mundial de Saúde, 3% a 5% da população brasileira é portadora de altas habilidades. O projeto aponta que em Porto Alegre 7,78% dos alunos em 384 escolas públicas e privadas apresentam indicadores desta modalidade.

O Projeto Educacional para Pessoas Portadoras de Altas Habilidades/Superdotação é uma iniciativa da Secretaria Estadual de Educação e propõe-se a "oferecer um atendimento especial a essas pessoas que possuem habilidades acima da média." Segundo o projeto esta modalidade "é um anseio antigo da sociedade", que desde 1989 pensa em fazer a implantação deste projeto. Mas foi pelo "Decreto 39678, de 23 de Agosto de 1999, onde o Governo do Estado do Rio Grande do Sul institui a Política Estadual de Atendimento à Pessoa Portadora de Deficiência e à Pessoa Portadora de Altas Habilidades." Para que este plano pudesse entrar em funcionamento, implicou na realização em 2002 de um curso de capacitação para professores, em educação especial na área de Altas Habilidades, financiado pela Secretaria de Educação.

Na escola em estudo, são atendidos somente 16 alunos sendo que na EJA não há nenhum aluno participando do projeto. As atividades são desenvolvidas por um profissional com a já referida capacitação específica em Altas Habilidades. Os alunos que freqüentam esta sala o fazem em turno inverso, duas vezes por semana, ressaltando que são atendidos de dois em dois com duração de 1 hora e 30 minutos por aula.

Segundo as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica (Ministério da Educação, 2001), o conceito de altas habilidades/superdotação é adotado por alguns programas brasileiros para destacar crianças consideradas superdotadas e talentosas. São destacadas as que apresentam notável desempenho e elevada potencialidade em aspectos isolados ou combinados: "capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criador ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial para as artes e capacidade psicomotora." (SEESP - Secretaria de Educação Especial, 2006).

Segundo Simonetti, da ABAHSD Associação Brasileira para Altas Habilidades, "superdotação é um conceito que serve para expressar alto nível de inteligência e indica desenvolvimento acelerado das funções cerebrais, o talento indica destrezas mais específicas." (2007, p.1)

Ao buscar suporte teórico no autor Gardner (1995), constata-se que a modalidade refere-se não especificamente a altas habilidades, mas à manifestação das várias inteligências de um indivíduo, enfatizando a capacidade de resolver problemas e de elaborar produtos. Ele organiza as inteligências em oito blocos: inteligência lingüística, que é um tipo de inteligência apresentada pelos poetas; inteligência lógico-matemática, que é a capacidade lógica em matemática e a capacidade científica; inteligência espacial, que é a capacidade de formar um modelo mental de um mundo espacial; inteligência musical; inteligência sinestésica, que é a capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos utilizando o corpo inteiro ou partes; inteligência inter-pessoal, que é a capacidade de compreender outras pessoas; inteligência intra-pessoal, que é a capacidade de compreender a si mesmo; a inteligência naturalista diz respeito à desenvoltura de ver padrões complexos no ambiente natural; inteligência existencial ou espiritualista que se refere às coisas espirituais e existenciais. Com isso, entende-se que altas habilidades podem e devem ser consideradas uma modalidade ao alcance de todos os alunos, já que se encontram em pleno processo de desenvolvimento de suas atividades e aptos a desenvolverem suas potencialidades, uns demonstrando sua capacidade de uma maneira e outros de outra, porém todos evidenciam capacidades ou habilidades.

Ao desenvolver a pesquisa, considera-se que embora essa modalidade de atendimento possa ser vista como uma vantagem para os alunos selecionados, tal situação pode gerar desconforto e desigualdade entre os demais colegas em sala de aula, pois acredita-se que tratar com a diversidade significa oferecer possibilidades de crescimento a todos, minimizando e não incrementando a desigualdade e o acesso aos meios culturais.

A diversidade alude à circunstancia dos sujeitos de serem diferentes (algo que em uma sociedade tolerante, liberal e democrática é digno de respeito). Embora também faça alusão ao fato de a diferença (nem sempre neutra) transforme-se, na realidade, em desigualdade, na medida em as singularidades dos sujeitos ou dos grupos permitam que alcancem determinados objetivos nas escolas e fora delas de maneira desigual. A diferença não é somente uma manifestação de poder ou de chegar a ser, de ter possibilidades de ser e de participar dos meios sociais, econômicos e culturais. (ALCUDIA , 2002, p. 14)

A declaração da FADERS - Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiência e de Altas Habilidades/Superdotação no Rio Grande do Sul - deixou dúvidas com o descrito a seguir.

Fica evidente, então, que só a implantação de uma política direcionada às Altas Habilidades/Superdotação garante o desenvolvimento de ações sistemáticas e permanentes que asseguram a integração social, o acesso aos benefícios e aos direitos constitucionais, atingindo, dessa forma o exercício pleno da cidadania. (FADERS,2007, p 2).

Esta afirmação acima impressionou pelo fato de que ela foge a tudo o que foi construído ao longo do curso de pedagogia no que diz respeito à integração, pois sabemos que o melhor aprendizado se constrói com a participação de todos. Como pode haver integração social quando esta política está à disposição de uma pequena parcela dos indivíduos.

Parece que, na escola pesquisada, as opiniões ainda estão meio confusas a respeito do Projeto, devido à falta de conhecimento sobre o assunto, demonstrando que é um assunto em andamento e precisa ser aprofundado provavelmente por todas as escolas que desenvolvem esse Projeto. Essa falta de informação e de compreensão acaba promovendo constrangimento pela forma como é feita a seleção e pela maneira como é oferecido o atendimento aos ditos supostos superdotados. Esse conflito acaba induzindo a tentativa de "fabricar" alunos com altas habilidades, mascarando o desenvolvimento natural do indivíduo.

Susana Graciela Pérez, aponta em sua obra Mitos e Crenças sobre as Pessoas com Altas Habilidades:

O sentimento de amor/ódio em relação às PAHs vislumbrava-se no Renascimento, quando os "gênios" eram alvo dele e dos mitos que a sociedade criara para estas pessoas. Assim como quem apresenta uma deficiência é alvo de pena e comiseração, quem manifesta uma aparente vantagem é alvo de inveja e agressão. O primeiro é privado de manifestar suas potencialidades, em detrimento de sua desvantagem, enquanto que, ao segundo, é negada a existência de suas reais desvantagens. A PAH é encoberta por um manto de inverdades que ofusca sua visualização e, em conseqüência, seu atendimento, cuja necessidade, chega a ser inclusive questionada. (2003 p. 17)

Constata-se também que diversos autores (Gerson, 1996; Carracedo,1996, Extremiana, 2000; Tannenbaum, 2003 entre outros) apontam algumas de nossas divergências quanto à metodologia aplicada a essa modalidade, no que diz respeito às características, classificação, identificação, níveis ou graus de inteligência, desempenho, responsabilidades atribuídas a esses alunos. Becker (1996, p. 48) afirma que "sem o requisito do recurso interno na criança, nenhuma quantidade ou tipo de criação pode fazer diferença entre a mediocridade e a excelência".

Podemos averiguar que há muitas especulações a respeito deste contexto, geradas por diversos meios. Uma delas surge da e na própria família, que empolgada com a possibilidade de seu filho ser um superdotado, acredita que pode estimular a inteligência do mesmo buscando fórmulas em livros, a fim de transformá-lo em "gênio", transferindo-lhe responsabilidades desnecessárias. Assim como fala um dos pais sobre seu filho que freqüenta a sala de Altas Habilidades: "Meu filho, assim que entrou para essa sala faz tudo diferente, ele desenha bem melhor, eu acho que ele é importante agora". Entendemos que isso acaba sendo uma forma de rotular o sujeito e passar a esperar dele respostas exigentes. Refletindo melhor no que este pai diz, parece que somente depois que a criança passou a fazer parte do Projeto é que pode ser considerada importante. Afinal, é o projeto das altas habilidades que transfere ao sujeito prestígio ou ele por seu esforço e dedicação pode obter tal mérito?

Em muitos casos de seleção, é esquecido que a criança, independente do grau de desenvolvimento que apresenta, não passa de um ser em construção e que o processo de desenvolvimento deve ser respeitado ao longo do processo natural da existência humana. Partindo dessa lógica, discordamos da necessidade de elaborar atividades separadamente para alunos considerados mais hábeis do que os demais, pois acreditamos que o maior aprendizado está no convívio, está no partilhar saberes, na interação do grupo, ou seja, da turma toda.

O fato é que quanto mais vai se aprofundando na pesquisa mais percebe-se a exclusão que essa modalidade gera dentro da escola, pois acredito que a inclusão significa oferecer as mesmas oportunidades a todos, respeitando as diferenças.

Analisando os objetivos do projeto pedagógico da modalidade em questão, os quais são direcionados aos alunos destacados como "superdotados", pode-se notar que estes objetivos apresentam grande relevância para o desenvolvimento dos alunos de um modo geral, porém não são aproveitados como deveriam ser, visto que são oferecidos apenas aos considerados com Altas Habilidades.

- Propor atendimento suplementar para o aprofundamento e/ou enriquecimento curricular ao aluno com altas habilidades/superdotado;

- Flexibilizar e adaptar os currículos, as metodologias de ensino, os recursos didáticos e os processos de avaliação; tornando-os adequados ao aluno com altas habilidades/superdotados, em consonância com o projeto pedagógico da escola;

- Oferecer o apoio pedagógico especializado tanto na classe comum, quanto na sala de recursos.

Ao observar a sala de altas habilidades, em ocasião alguma percebe-se o apoio pedagógico que deveria ser oferecido aos alunos do qual fala o projeto, onde o profissional responsável fala que os ajuda nas disciplinas que têm dificuldade, "como se fosse um reforço", entretanto não foi visualizar isso dentro da sala de recursos durante a pesquisa. O que se espera então do auxílio na classe comum?

Olhando por outro ângulo, percebe-se que há uma preocupação em manter os aparelhos em bom funcionamento para que os alunos que freqüentam este local especial, possam desenvolver as "habilidades" com mais facilidade, mas, no entanto, há falta de reflexão sobre como se sentem os alunos que não participam deste ambiente, por não serem considerados portadores das "Altas Habilidades" . Entende-se com isso que a idéia de desenvolver este Projeto com toda a turma de que fazem parte os escolhidos, ainda passa despercebida.

Buscando suporte a esse respeito, constata-se que, segundo Kaplan (1974, 17), esta modalidade poderia ser adaptada ao currículo escolar de forma a abranger a todos dentro da sala de aula sem distinção, assim todos os alunos poderiam alcançar excelente grau de aprendizado. Considerando esse pressuposto, fica mais uma interrogação: não seriam os superdotados considerados mais "inteligentes" por serem privilegiados com uma abordagem favorecedora do enriquecimento de experiências mais avançadas? As altas habilidades não estaria ligadas à área afetiva dos alunos considerados superdotados? O "talento" desses alunos diferenciados encontra-se além do campo cognitivo?

Em entrevista com alunos de 5ª a 8ª séries, pode-se notar que eles não se sentem excluídos por não participarem do Projeto e que para eles isso não é o mais importante. Já os alunos dos anos iniciais se consideram inferiorizados por não estarem participando do Projeto. Eles acreditam que aquele aluno ou aluna que foi selecionado é mais inteligente ou não apresenta dificuldade em nenhuma outra área do conhecimento. Ao contrário, os alunos considerados com altas habilidades no desenho, por exemplo, têm um baixo rendimento em matemática. Um aluno da 3ª série relatou o seguinte quando perguntado como ele vê os colegas que participam do Projeto: "Eles são bons porque eles aprendem". Já uma aluna da 6ª série, quando questionada a respeito respondeu que sim, mas não foi selecionada, apenas dois colegas participam e nos falou: "Eu dou de dez a zero no meu colega que diz que tem altas habilidades".

Levando em consideração que alguns alunos possuem altas habilidades, os que não são escolhidos têm, conseqüentemente, baixas habilidades? Como uma criança, com 8 ou 9 anos, pode aceitar com naturalidade ser excluído por não ser habilidoso em uma específica área? Questionando um aluno da 6ª série sobre o assunto em questão, ele respondeu: "ter altas habilidades é saber fazer uma coisa bem direitinho. E se não sabe vai aprendendo." Assim sendo pode-se considerar que todos têm uma qualidade e poderiam participar do Projeto, pois diz que acredita que todos poderiam tem uma oportunidade de participar e freqüentar essa sala.

Um aluno que nunca entrou nesta sala, assim a descreveu, quando lhe foi perguntado: como tu imagina que esta sala é? "Ah! Eu imagino que a sala é cheia de coisas pra gente pode desenhá; ouvi dizer que tem uma TV bem grande e que eles até assistem filme às vezes." O fato é que causa impacto ao deparar com TV 29', computador completo (funcionando), tapete no meio da sala, som, câmera filmadora, aparelho de DVD, mesas grandes para serem ocupadas por apenas dois alunos por período, e todo o material disponível para que possam desenhar e colorir os trabalhos bem como escrever os textos ou poesias. Há também uma janela grande com vista para o pátio, deixando a sala bem iluminada e arejada. Esta sala se apresenta como sinônimo de algo mágico, fantástico, que para quem não conhece, este ambiente é ainda mais emblemático e extraordinário do que poderia parecer. Enquanto que as demais salas possuem apenas um suporte para TV (apenas o esqueleto), um ventilador precário, ambiente escuro por ter a maioria das lâmpadas queimadas, sem falar na falta de material básico.

Algumas definições podem ser mais lógicas e precisas ou mais utilizadas que outras para a escolha desses alunos, contudo a definição real não se desvia do controle de nosso legado cultural ou necessidade de sobrevivência. Existem diversos mitos que fundamentam visões deturpadas das pessoas superdotadas e, infelizmente, esses mitos são os que asseguram a discriminação. Mettrau (1997, p.13), confirma isso na citação a seguir.

Ora eles são aqueles eficientes demais e de que nada precisam; ora são os que criticam demais; ora são os que só ficam lendo ou estudando; ora são os que sempre sabem tudo; ora são aqueles que incomodam com sua curiosidade excessiva; ora são aqueles que sabem bem alguma coisa, mas não sabem outras coisas; ora são aqueles de comportamento esquisito ou que atrapalham na escola porque vão à frente, etc.

Gardner (1995) identificou as inteligências lingüística, lógico-matemática, espacial, musical, cinestésica, interpessoal e intrapessoal. Segundo ele, apesar das inteligências serem até certo ponto, independentes, elas raramente funcionam separadamente. Um manobrista, por exemplo, necessita da inteligência espacial para saber o espaço que o veículo precisará ocupar, também utilizará a inteligência sinestésica ao estacionar o carro com destreza manual. Em sala de aula podemos constatar que os alunos têm muitas das inteligências das quais Gardner fala, contudo eles são considerados "esquisitos, eficientes, críticos ou com altas habilidades.

Sobre o processo de seleção, quase todos os alunos disseram concordar ou acham boa a maneira como é feita. Segundo os alunos, em algumas turmas, quem os escolhe para participar da sala de Altas Habilidades é a professora responsável pelo Projeto na escola. Em outras salas, quem seleciona os alunos especiais é a professora regente da turma. Há casos ainda, que quem escolhe são os próprios colegas onde é feita uma espécie de votação e os alunos com melhores desenhos são votados pelos colegas da turma, em outros casos, são apenas indicados. A única aluna que discordou do processo de seleção estuda na 7ª série. Em sua sala quem escolhe os alunos são os professores, afirmando que não concordam "porque nem sempre o que eu acho que é uma habilidade em um colega meu é o mesmo que o meu professor acha, então ele é escolhido e vai pra aquela sala especial. Cada um tem uma coisa que faz bem, por que só uns vão e outros não?"

Pode-se compreender a visão que essa aluna têm da diversidade! A reflexão que ela faz sobre inclusão e exclusão ao perguntar "por que só uns vão e outros não?" É preciso refletir sobre Altas Habilidades: privilégio de quem? Por quê? Como poderíamos abrir os olhos dos integrantes desta escola para que percebam que este projeto só poderia ser benéfico ao incluir todos os que desejassem participar dele? Isso certamente refletiria no pensamento e na visão que os pais e alunos têm da sala de Altas Habilidades.

Concordo com o dizer de Miguel Arroyo, quando nos esclarece em um pequeno trecho de seu livro Imagens Quebradas (2004), ao fazer referência a tais atitudes vividas no meio escolar:

Toda a mente humana tem as mesmas capacidades de aprender; a produção e apreensão do conhecimento, a formação da mente é um processo histórico, social, coletivo etc. Nesta visão histórica, processual encontramos o sentido da docência: acompanhar os complexos processos do aprender humano. Planejá-los, intervir, acompanhá-los com maestria e profissionalismo. (2004, p. 154)

Outro ponto importante a salientar é que segundo a pesquisa, pode-se averiguar que de acordo com as diretrizes da Secretaria Estadual de Educação, a identificação da criança com Altas Habilidades deveria ser feita o mais cedo possível, ainda na pré-escola. No entanto, ao entrevistar uma professora primeiro ano, a mesma afirma gostar do Projeto e possuir conhecimento dele, porém não tem nenhum aluno participando. Nota-se com isso que ao invés de ser introduzido desde pequeno ao desenvolvimento de suas aptidões, não há nem um aluno do primeiro ano participando desse projeto. Por tanto o privilégio não está à disposição dos menores como foi indicado pela Secretaria de Educação. Questiona-se: privilégio de quem?

Assim sendo, por que não assumir esse Projeto abrangendo todos os alunos da escola? Por que não reconhecer a Sala de Altas Habilidades como prosseguimento para estudos diferenciados, incluindo todos os alunos e permitir que desfrutem dessas experiências, como um processo legítimo e com direito ao espaço, até então, reservado apenas para alguns. Isso não seria igualdade de oportunidade?

Buscando suporte na obra Atenção À Diversidade, de Rosa Alcudia, (2002 p. 18) pode-se apurar que a autora faz alusão sobre as diferenças ao referir que todos somos diferentes uns dos outros do ponto de vista "biológico, psicológico, social e cultural. Cada um de nós constitui uma individualidade única ao lado de outras tão singulares quanto a nossa." Todas as pessoas têm direito à liberdade de expressão. A educação é um caminho para formar sujeitos cidadãos autônomos, assim todo o indivíduo possui os mesmos direitos; todo o indivíduo merece ser respeitado nas suas peculiaridades, e reconhecido na sua singularidade. Explorar os saberes e compartilhá-los engrandece o grupo e favorece a construção do conhecimento. Com isso fica a interrogação: qual o sentido de explorar habilidades em sala separada?

A autora destaca, ainda, a importância de observar o que cada indivíduo traz consigo do convívio familiar, respeitar as diferenças entre cada um e reconhecer as características que proporcionam distinção, tornando-os singulares e não considerar uns e outros com mais habilidades.

A educação em um sentido geral (compreendida a ação familiar, a do meio ambiente e a das instituições escolares), é um fator decisivo na determinação da individualidade e na causa de peculiaridades que nos assemelham a uns e que nos diferenciam de outros. A educação tem ideais e desempenha funções muitas vezes de caráter contraditório por pretender provocar a diferenciação individualizadora e, ao mesmo tempo, a socialização homogeneizadora que significa compartilhar traços de pensamento, de comportamento e de sentimento com os outros. (ALCUDIA, 2002, p 18)

Creio que inclusão como processo não se refere exclusivamente aos alunos portadores de Altas Habilidades, pois seguramente todos os alunos serão beneficiados com uma educação que considere a diversidade de cada um.

MORIN (2002, p. 74) apresenta um conjunto de características do trabalho que tem sentido. O autor destaca, por exemplo, que um trabalho que tem sentido é plenamente satisfatório, incluindo "a execução de tarefas que permite exercer talentos e competências, resolver problemas, fazer novas experiências, aprender e desenvolver habilidades".Lembra ainda que, paralelamente a algumas características, como aprendizagem e desenvolvimento de competências, realização, criatividade e autonomia, o importante também é que haja uma correspondência entre as exigências do trabalho e os interesses e aptidão do indivíduo, não perdendo de vista a importância que tem, para o aluno, o saber e o fazer.

O portal do MEC deixa claro que um aluno para ser considerado com Altas Habilidades/Superdotação não precisa ter os três elementos dos quais a professora fala e que o projeto também cita. Ao contrário do que ela diz, o MEC fala que "os três anéis não precisam estar presentes ao mesmo tempo e nem na mesma intensidade"; isso nos permite avaliar que a professora não está apropriada do Projeto, ou não tem conhecimento dele como deveria, ou então, não se apropriou desses conceitos porque não participou de sua elaboração, sendo apenas executora das idéias de outros.

Ao dialogar com a diretora da escola, ela falou sobre a diversidade: "Acredito que a gente aprende a lidar com ela todos os dias, a diversidade está aí e temos que estar lidando com ela. O projeto da escola é incluir todas as diferenças, mas não é bem assim, é uma tentativa, vamos construir juntos. Estou fazendo um curso de gestão e uma das disciplinas é inclusão, aí eu comecei a pensar em meus alunos especiais da educação especial que ficam lá no canto da escola. Eles estão incluídos, mas excluídos dentro da escola". Importante refletir sobre esta questão que a diretora levanta sobre inclusão/exclusão, como podem estar incluídos pela escola e excluídos dentro dela?

Refletindo sobre o resultado da pesquisa acredita-se haver vários modos de praticar a inclusão em uma escola. Para isso é preciso que o trabalho seja organizado e que a proposta abranja a todos os alunos de um modo geral no grande grupo. O que define a exclusão é como articulamos esses modos e como negamos um ou outro. Na educação inclusiva, sugere-se uma forma de articulação entre eles, diferente daquela que constatamos na modalidade Altas Habilidades.

Portanto, a intenção com esse trabalho é de contribuir para a construção de uma escola voltada para o atendimento à diversidade, levando em conta a necessidade de reconhecer a inclusão como prática pedagógica decisiva para a formação de sujeitos autônomos.

Considero que a modalidade Altas Habilidades é um fator positivo para a educação, porém o que não está de acordo é a forma como é administrada. Nota-se que apesar de ser vista como inclusiva, gera dupla exclusão; por um lado os alunos selecionados acabam sendo excluídos pelos colegas da sala de aula por serem rotulados de "sabidos"; por outro lado os não classificados sentem-se excluídos por acharem que são menos inteligentes que os escolhidos.

Observa-se que este é apenas um episódio gerador da exclusão no meio escolar, pois constata-se que o maior estranhamento é justamente não dar a atenção à diversidade existente na sala de aula, a qual poderia ser pensada a favor da inclusão.

Acredito que a exclusão sempre existiu, no entanto este tema nunca foi tão latente como nos dias de hoje no meio escolar. Percebe-se que a exclusão abrange vários sujeitos em diferentes ambientes, apresentando-se de varias formas, envolvendo diversos personagens da educação, porém os mais atingidos são sempre os alunos. Não obstante os professores perceberem que as diferenças devem ser aceitas como elemento para a construção do aprendizado, torna-se inevitável a exclusão, pois ela lança-se de formas sutis camuflando a inclusão. Tomo como exemplo nosso assunto de pesquisa, "Altas Habilidades", bem como a sala designada para este fim, que ao primeiro impacto, se mostra a "própria inclusão" como quando ao observar os alunos desenvolvendo atividades extra-classe; a comunidade apoiando; os pais orgulhosos de seus filhos gênios; tudo parece perfeito, deslumbrante. Entretanto diante de uma sala incrementada de recursos, freqüentada por apenas os considerados com nível acima da média; suas habilidades sendo desenvolvidas individualmente torna-se inevitável a aversão, pois isso não condiz com o que se vem construído e vivenciando sobre inclusão.

Esta reflexão me leva a compreender que muitas vezes a exclusão é gerada por cada um de nós sem que ela seja percebida ou desejada. Para que isso seja evitado se faz necessário ponderar nossos atos, seja diante dos alunos; seja diante dos colegas; ou em qualquer lugar em que estejamos. Penso que para a inclusão fazer sentido, tem que abranger a todos sem distinção respeitando e valorizando a demonstração de saber de cada individuo. Só assim o meio escolar poderá tornar-se um lugar de esperança; um lugar onde se desenvolvam sujeitos autônomos ; um lugar que reconheça a capacidade que todos têm de aprender. Como nos diz Freire em sua obra Pedagogia da Autonomia (1999, p.18), quando afirma que todos os sujeitos têm a competência de construir o saber mesmo não sabendo como.

Sendo metódica a certeza da incerteza não nega a solidez da possibilidade cognitiva. A certeza fundamental: a de que posso saber. Sei que sei. Assim como, sei que não sei o que me faz saber: primeiro, que posso saber melhor o que já sei; segundo, que posso saber o que ainda não sei; terceiro que posso produzir conhecimento ainda não existente. (FREIRE 1999, p.18)

A realidade é que de nada adianta termos grandes idéias, abordarmos o que poderia ser feito para que a inclusão aconteça se não agirmos na pratica. É preciso que a ação saia do papel e seja exercitada; é preciso que cada um cumpra a sua parte desde já, para que se atinja a melhor formação humana em todos os sentidos. "[...] se o mundo é uma possibilidade e um direito, cabe a quem muda - exige o pensar certo - que assuma a mudança esperada. Do ponto de vista do pensar certo, não é possível mudar e fazer de conta que não mudou". (FREIRE, 1999, p.37)

REFERÊNCIAS

ALCUDIA, Rosa. Atenção À Diversidade.Porto Alegre: Artmed, 2002.

ARROYO, Miguel G. Imagens Quebradas: Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2004.

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EDUCAÇÃO ESPECIAL na Educação Básica (Ministério da Educação, 2001). Revista da Educação Especial , 5ª ed .2006.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

FRIGOTTO, Gaudêncio. A cidadania negada. Políticas de exclusão na educação e no trabalho. São Paulo: Cortez, 2002.

GADOTTI, Moacir. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre: Artmed, 2000.

GARCIA, Regina L. Desafios de uma escola que tenta incluir numa sociedade excludente. In: Anais do II seminário internacional Educação Inter-cultural, gênero e Movimentos Sociais. Florianópolis SC, 2003.

GARDNER, H. Estruturas da mente: a teoria das inteligências múltiplas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

KAPLAN, H., SADOCK, B. J. Transtorno obsessivo-compulsivo. In: Porto Alegre: Artmed, 2003.

METTRAU, M. B. Representação Social da Inteligência e as Altas Habilidades In: Seminário Nacional da ABSD - Inteligência: Patrimônio Social, XI, Rio de Janeiro, 1997, Rio de Janeiro, UERJ, 1997.

MORIN, Edgar. Os Sete Saberes necessários à Educação do Futuro: São Paulo: Cortez, 2002.

PACHECO, José. Caminhos para a inclusão: Um guia para o aprimoramento da equipe escolar. Porto Alegre: Artemed, 2007.

PÉREZ, Susana Graciela. Mitos e Crenças sobre as Pessoas com Altas Habilidades. Porto Alegre, 2005.

PERRENOUD, Philippe. Pedagogia Diferenciada: Das intenções à ação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

Projeto das Altas Habilidades elaborado pela FADERS - Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiência e de Altas Habilidades/Superdotação no Rio Grande do Sul. 2007

www.faders.rs.gov.br

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Perfil do Autor:

Conclui curso de Licenciatura em Pedagogia - habilitações em orientação educacional e magistério das series iniciais do ensino fundamental.