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"Um dia virá em que só se terá um único pensamento:A EDUCAÇÃO,"(Nietzsche) "Não tenho um caminho novo. O que eu tenho de novo é um jeito de caminhar".(Thiago de Melo)
Esta é a primeira imagem vista pela janela do avião quando nos aproximamos de Manaus: Até onde a vista alcança, é tudo somente um tapete verde, floresta amazônica ou selva tropical. O nome não faz diferença, o fato é que é impossível não ficar impressionada ou até mesmo intimidada pelas dimensões daquele universo selvagem sob nossos pés. Inevitavelmente, um pensamento veio à minha cabeça: O que iríamos encontar será que é mesmo como estar nos livros? Bem, naquele momento era impossível saber, mas aquele era o primeiro dia de uma visita inesquecível, cujas experiências iriam nos acompanhar para o resto da vida, eu Maragarida, Márcia, Heleninha e Minha Mãe Helena. O primeiro impacto que Manaus causa a nós visitantes, costuma ser o forte calor e alta umidade, característicos das selvas, que golpeiam nosso rosto logo que atravessamos as portas de vidro do moderno aeroporto. Manaus surgiu no coração da floresta amazônica e tomou um impulso extraordinário durante o período de ouro da extração da borracha das seringueiras. A cidade chegou a ser conhecida como Paris das Selvas, em referência ao luxo e extravagância de suas construções, obra de famílias que se tornaram milionárias graças à extração da borracha, e que investiram maciçamente no embelezamento de sua cidadeÉ impossível falar de Manaus sem lembrar do chamado Ciclo da Borracha. Este período, que durou aproximadamente de 1890 a 1920, marcou uma época de grande desenvolvimento econômico para a região amazônica, em particular Manaus. Surgiu impulsionado pela extração da seiva das seringueiras, o látex, matéria prima para a produção da borracha, que por sua vez era essencial para o produção de pneus, sapatos e milhares de outros artigos do dia a dia.
Como as seringueiras somente eram encontradas na região amazônica do Brasil, maciços investimentos foram feitos em toda esta área, para aumentar ao máximo sua capacidade extrativa. Verdadeiras florestas de seringueiras surgiram na região amazônica, grandes investimentos foram feitos, trabalhadores foram trazidos de vários pontos do Brasil e do exterior para trabalhar na extração do látex, e para desenvolver a infra-estrutura de transporte deste material.

Grandes companhias extrativistas, principalmente européias e americanas firmaram contratos com o governo brasileiro, para extrair e lucrar com a borracha.

De repente, tudo virou de cabeça para baixo. Inescrupulosos empresários ingleses haviam contrabandeado mudas destas árvores para a Malásia, possessão britânica onde o terreno e o clima eram propícios à sua plantação. Em pouco tempo, as seringueiras do oriente inundavam o mercado de látex, fazendo o preço do produto desabar no mercado internacional, e tornando desnecessário continuar a investir na distante floresta amazônica.

A conseqüência foi inevitável: Sem investimentos, a Paris das Selvas viu a riqueza trazida pelo ciclo da borracha sumir pelo ralo, sofrendo com falências e esvaziamento cultural. A pá de cal seria dada anos mais tarde, com a descoberta da borracha sintética. Este esvaziamento cultural de Manaus iria durar décadas, e somente seria superado com a criação da Zona Franca, nos anos 70.

A Zona Franca foi criada pelos governos militares, e consistiu na criação de uma zona industrial e comercial livre de impostos, a qual atraiu maciços investimentos de empresas nacionais e estrangeiras. Fábricas foram construídas, o comércio teve um impulso extraordinário, e também o turismo teve um notável desenvolvimento.

Hoje Manaus é novamente uma cidade dinâmica e movimentada, e costuma surpreender aos turistas menos informados, que não fazem idéia que irão encontrar uma cidade tão desenvolvida em pleno coração de uma das regiões mais inóspitas do planeta.

Qualquer roteiro turístico pela cidade de Manaus deve começar pelo Teatro Amazonas. ícone maior da Paris das Selvas. Inaugurado em 1896, todo seu material foi trazido da Europa, e sua arquitetura foi inspirada no prédio da Opera de Paris. Outro local que merece ser visitado é o Mercado Municipal da Cidade. Também esta obra, inaugurada em 1882, foi inspirada no estilo do mercado Les Halles de Paris. Seus principais destaques são o pavilhão central de alvenaria, ladeado por dois pavilhões de estrutura metálica e pórticos em vitrais trabalhados. Este mercado é o endereço certo para encontrar uma grande variedade de produtos de toda região amazônica.

Durante décadas, eram freqüentes as apresentação de renomados artistas europeus no palco do Teatro Amazonas. O teatro está aberto ao público de segunda a sábado, com visitas guiadas em inglês, francês, espanhol, italiano e alemão. Ao sair do teatro aproveite para conhecer outro ícone de Manaus, o Relógio Municipal. Encomendado a uma renomada equipe de relojoeiros suíços, e inaugurado em 1927, logo o conjunto formado pelo relógio e seu pedestal tornaram-se um dos cartões postais da cidade. Junto ao conjunto encontra-se também o Obelisco, erguido para comemorar o centenário da elevação de Manaus à categoria de cidade.

A foto acima é de um dos pontos mais característicos de Manaus, o seu porto. Deste local zarpam navios para diversas cidades da região amazônica, em jornadas que as vezes duram dias atravessando nada mais que a selva. Numa região com poucas estradas de rodagem, como a Amazônia, este é o principal meio de transporte entre as centenas de cidades e povoados desta parte do Brasil. O frenético movimento daqui é fascinante, a qualquer hora do dia. São barcos de todos os tamanhos levando famílias, trabalhadores, animais, víveres, suprimentos, formando um mosaico fascinante de cores, odores e pessoas de todos os tipos. A maioria dos passageiros leva sua própria rede, que é estendida no deck da embarcação. Quem quiser um pouco mais de conforto, pode optar pelos camarotes individuais. Uma viagem pela região amazônica numa destas embarcações funciona como autêntico spa mental, pois durante o trajeto você só vê à sua volta o rio e a floresta, durante dias. Nem o celular funciona. A imagem acima é do rio Negro, pouco antes de seu encontro com o rio Solimões. Após o encontro de ambos é formado o rio Amazonas. Neste trecho a margem oposta ainda é visível, como uma tênue linha próxima ao horizonte.

Presidente Figueiredo, nas fotos abaixo, a cerca de 2 horas de Manaus é um local famoso por suas belas cachoeiras, com destaque para a cachoeira do Asframa, da Pedra Furada e Santuário. Agora, quem quiser realmente conhecer um dos aspectos culturais mais ricos da região amazônica não pode deixar de visitar, em fins de junho, a cidade de Parintins. Nesta época é realizado na cidade o Festival do Boi Bumbá, num estádio especialmente construído para sediar este famoso evento, o Bumbódromo. Trata-se basicamente de uma disputa entre dois grupos rivais, o Caprichoso (de cor azul) e o Garantido (cor vermelha), e a festa consiste num festival de música, dança, ritmos, fantasias e ricos carros alegóricos, contando histórias, lendas e mitos da região amazônica, um espetáculo belíssimo e inesquecível. A cidade de Parintins está situada a cerca de 400m km de Manaus, e o acesso até lá pode ser feito de barco (viagem de 18 horas) ou de avião, o que é bem mais agradável, (infelizmente não houve tempo para irmos até lá).Manaus é uma cidade maravilhosa.

Obrigada Roberta e Flávio pela hospitalidade de vocês!!!