Quem sou eu

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"Um dia virá em que só se terá um único pensamento:A EDUCAÇÃO,"(Nietzsche) "Não tenho um caminho novo. O que eu tenho de novo é um jeito de caminhar".(Thiago de Melo)

Prova Brasil - Português


A assembléia dos ratos 
Um gato de nome Faro-Fino deu de fazer tal destroço na rataria duma casa
velha que os sobreviventes, sem ânimo  de sair das tocas, estavam a ponto de
morrer de fome.
Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembléia para o
estudo da questão. Aguardaram para isso certa noite em que Faro-Fino andava aos
miados pelo telhado, fazendo sonetos à lua.
— Acho – disse um deles - que o meio de nos defendermos de Faro-Fino é lhe
atarmos um guizo ao pescoço. Assim que  ele se aproxime, o guizo o denuncia e
pomo-nos ao fresco a tempo.
Palmas e bravos saudaram a luminosa idéia. O projeto foi aprovado com
delírio. Só votou contra um rato casmurro, que pediu a palavra e disse:
— Está tudo muito direito. Mas quem vai amarrar o guizo no pescoço de FaroFino?
Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nó. Outro, porque não era
tolo. Todos, porque não tinham coragem. E a assembléia dissolveu-se no meio de
geral consternação.
Dizer é fácil - fazer é que são elas!
LOBATO, Monteiro. in Livro das Virtudes – William J. Bennett – Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 1995. p. 308.

Na assembléia dos ratos, o projeto para atar um guizo ao pescoço do gato foi
(A) aprovado com um voto contrário.
(B) aprovado pela metade dos participantes.
(C) negado por toda a assembléia.
(D) negado pela maioria dos presentes.


O Pavão 

E considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo
imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena
do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d´água em que a luz se
fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com
o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a
simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita
e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de
teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.
BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. Rio de Janeiro: Record, 1996, p. 120.


No 2º parágrafo do texto, a expressão ATINGIR O MÁXIMO DE  MATIZES significa o
artista
(A) fazer refletir, nas penas do pavão, as cores do arco-íris.
(B) conseguir o maior número de tonalidades.
(C) fazer com que o pavão ostente suas cores.
(D) fragmentar a luz nas bolhas d’água.


O IMPÉRIO DA VAIDADE 
Você sabe por que a televisão, a publicidade, o cinema e os jornais defendem os
músculos torneados, as vitaminas milagrosas, as modelos longilíneas e as academias
de ginástica? Porque tudo isso dá dinheiro. Sabe por que ninguém fala do afeto e do
respeito entre duas pessoas comuns, mesmo meio gordas, um pouco feias, que fazem
piquenique na praia? Porque isso não dá dinheiro para os negociantes, mas dá prazer
para os participantes.
O prazer é físico, independentemente do físico que se tenha: namorar, tomar
milk-shake, sentir o sol na pele, carregar o filho no colo, andar descalço, ficar em casa
sem fazer nada. Os melhores prazeres são de graça  − a conversa com o amigo, o
cheiro do jasmim, a rua vazia de madrugada  −, e a humanidade sempre gostou de
conviver com eles. Comer uma feijoada com os amigos, tomar uma caipirinha no
sábado também é uma grande pedida. Ter um momento de prazer é compensar muitos
momentos de desprazer. Relaxar, descansar, despreocupar-se, desligar-se da
competição, da áspera luta pela vida − isso é prazer.
Mas vivemos num mundo onde relaxar e desligar-se se tornou um problema. O
prazer gratuito, espontâneo, está cada vez mais difícil. O que importa, o que vale, é o
prazer que se compra e se exibe, o que não deixa de ser um aspecto da competição.
Estamos submetidos a uma cultura atroz, que quer fazer-nos infelizes, ansiosos,
neuróticos. As filhas precisam ser Xuxas, as namoradas precisam ser modelos que
desfilam em Paris, os homens não podem assumir sua idade.
Não vivemos a ditadura do corpo, mas seu contrário: um massacre da indústria e
do comércio. Querem que sintamos culpa quando  nossa silhueta fica um pouco mais
gorda, não porque querem que sejamos mais saudáveis − mas porque, se não ficarmos
angustiados, não faremos mais regimes, não  compraremos mais produtos dietéticos,
nem produtos de beleza, nem roupas e mais roupas. Precisam da nossa impotência, da
nossa insegurança, da nossa angústia.
O único valor coerente que essa cultura apresenta é o narcisismo.
LEITE, Paulo Moreira. O império da vaidade. Veja, 23 ago. 1995. p. 79.


O autor pretende influenciar os leitores para que eles
3 (A) evitem todos os prazeres cuja obtenção depende de dinheiro.
(B) excluam de sua vida todas as atividade incentivadas pela mídia.
(C) fiquem mais em casa e voltem a fazer os programas de antigamente.
(D) sejam mais críticos em relação ao incentivo do consumo pela mídia.



A PARANÓIA DO CORPO 
Em geral, a melhor maneira de resolver a insatisfação com o físico é cuidar da parte
emocional.
LETÍCIA DE CASTRO
Não é fácil parecer com Katie Holmes, a musa do seriado preferido dos teens, Dawson's
Creek ou  com os  galãs musculosos do seriado  Malhação.  Mas os jovens bem que
tentam. Nunca se cuidou tanto do corpo nessa faixa etária como hoje. A Runner, uma
grande rede de academias de ginástica, com  23 000 alunos espalhados em nove
unidades na cidade de São Paulo, viu o público adolescente crescer mais que o adulto
nos últimos cinco anos. “Acho que a academia é para os jovens de hoje o que foi a
discoteca para a geração dos anos 70”, acredita José Otávio Marfará, sócio de outra
academia paulistana, a Reebok Sports Club. "É o lugar de confraternização, de diversão."
É saudável preocupar-se com o físico. Na adolescência, no entanto, essa
preocupação costuma ser excessiva. É a chamada paranóia do corpo. Alguns exemplos.
Nunca houve uma oferta tão grande de produtos de beleza  destinados a adolescentes.
Hoje em dia é possível resolver a maior  parte dos problemas de  estrias, celulite e
espinhas com a ajuda da ciência. Por isso, a tentação de exagerar nos medicamentos é
grande. "A garota tem a mania de recorrer aos remédios que os amigos estão usando, e
muitas vezes eles não são indicados para seu tipo de pele”, diz a dermatologista Iara
Yoshinaga, de São Paulo, que  atende adolescentes em seu consultório. São cada vez
mais freqüentes os casos de meninas que procuram um cirurgião plástico em busca da
solução de problemas que poderiam ser resolvidos facilmente com ginástica, cremes ou
mesmo com o crescimento normal. Nunca  houve também tantos casos de anorexia e
bulimia. "Há dez anos essas doenças eram consideradas raríssimas. Hoje constituem
quase um caso de saúde  pública”, avalia o psiquiatra Táki Cordás, da Universidade de
São Paulo.
 É claro que existem variedades de calvície, obesidade ou doenças de pele que
realmente precisam de tratamento continuado. Na maioria das vezes, no entanto, a
paranóia do corpo é apenas isso: paranóia. Para  curá-la, a melhor maneira é tratar da
mente. Nesse processo, a auto-estima é fundamental. “É preciso fazer uma análise
objetiva e descobrir seus pontos fortes. Todo mundo tem uma parte do corpo que acha
mais bonita”, sugere a psicóloga paulista Ceres Alves  de Araújo, especialista em
crescimento. Um dia, o teen acorda e percebe que aqueles problemas físicos que
pareciam insolúveis desapareceram como  num passe de mágica. Em geral, não foi o
corpo que mudou. Foi a cabeça. Quando começa  a se aceitar e resolve as questões
emocionais básicas, o adolescente dá o primeiro passo para se tornar um adulto.
5 CASTRO, Letícia de. Veja Jovens. Setembro/2001, p. 56.

A idéia CENTRAL do texto é
(A) a preocupação do jovem com o físico.
(B) as doenças raras que atacam os jovens.
(C) os diversos produtos de beleza para jovens.
(D) o uso exagerado de remédios pelos jovens.




No mundo dos sinais 
Sob o sol de fogo, os mandacarus se erguem, cheios de espinhos.
Mulungus e aroeiras expõem seus galhos queimados e retorcidos, sem folhas, sem
flores, sem frutos.
Sinais de seca brava, terrível!
Clareia o dia. O boiadeiro toca o berrante, chamando os companheiros e o
gado.
Toque de saída. Toque de estrada.
Lá vão eles, deixando no estradão as marcas de sua passagem.
TV Cultura, Jornal do Telecurso.


A opinião do autor em relação ao fato comentado está em
(A) “os mandacarus se erguem”
(B) “aroeiras expõem seus galhos”
(C) “Sinais de seca brava, terrível!!”
(D) “Toque de saída. Toque de entrada”.


Mente quieta, corpo saudável 
A meditação ajuda a controlar  a ansiedade e a aliviar a dor? Ao que tudo indica, sim.
Nessas duas áreas os cientistas encontraram as maiores evidências da ação
terapêutica da meditação, medida em dezenas de pesquisas. Nos  últimos 24 anos, só a
clínica de redução do estresse da Universidade de Massachusetts monitorou 14 mil
portadores de câncer, aids, dor crônica e  complicações gástricas. Os técnicos
descobriram que, submetidos a sessões de meditação que alteraram o foco da sua
atenção, os pacientes reduziram o nível de ansiedade e diminuíram ou abandonaram o
uso de analgésicos.
Revista Superinteressante, outubro de 2003

O texto tem por finalidade
(A) criticar.
(B) conscientizar.
(C) denunciar.
(D) informar.


Sem-proteção 
Jovens enfrentam mal a acne, mostra pesquisa
Transtorno presente na vida da grande maioria dos adolescentes e jovens, a acne
ainda gera muita confusão entre eles, principalmente no que diz respeito ao melhor modo
de se livrar dela. E o que mostra uma pesquisa realizada pelo  projeto Companheiros
Unidos contra a Acne (Cucas), uma parceria do laboratório  Roche e da Sociedade
Brasileira de Dermatologia (SBD): Foram  entrevistados 9273 estudantes, entre 11 e 19
anos, em colégios particulares de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco,
Paraíba, Pará, Paraná, Alagoas, Ceará e Sergipe, dentre os quais 7623 (82%) disseram
ter espinhas. O levantamento evidenciou que 64% desses entrevistados nunca foram ao
médico em busca de tratamento para espinhas. "Apesar de não ser uma doença grave, a
acne compromete a aparência e pode gerar muitas dificuldades ligadas à auto-estima e à
sociabilidade", diz o dermatologista Samuel Henrique Mandelbaum, presidente da SBD
de São Paulo. Outros 43% dos entrevistados disseram ter  comprado produtos para a
acne sem consultar o dermatologista - as pomadas, automedicação mais freqüente, além
de não resolverem o problema, podem agravá-lo, já que possuem componentes oleosos
que entopem os poros. (...)
Fernanda Colavitti
Texto II
Perda de Tempo
 Os métodos mais usados por adolescentes e jovens brasileiros não resolvem os
problemas mais sérios de acne.
23% lavam o rosto várias vezes ao dia
21% usam pomadas e cremes convencionais
5% fazem limpeza de pele
3% usam hidratante
2% evitam simplesmente tocar no local
2% usam sabonete neutro
(COLAVITTI, Fernanda – Revista Veja Outubro / 2001 – p. 138.) 

Comparando os dois textos, percebe-se que eles são
(A) semelhantes.
(B) divergentes.
(C) contrários.
(D) complementares.




Texto 1 
Mapa Da Devastação
A organização não-governamental SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais terminaram mais uma etapa do mapeamento  da Mata Atlântica
(www.sosmataatlantica.org.br). O estudo iniciado em 1990  usa imagens de satélite para
apontar o que restou da floresta que já ocupou 1,3 milhão de km, ou 15% do território
brasileiro. O atlas mostra que o Rio de Janeiro continua o campeão da motosserra. Nos
últimos 15 anos, sua média anual de desmatamento mais do que dobrou.
Revista Isto É – nº 1648 – 02-05-2001 São Paulo – Ed. Três.


Texto 2
Há qualquer coisa no ar do Rio, além de favelas 
Nem só as favelas brotam nos morros cariocas. As encostas cada vez mais povoadas no
Rio de Janeiro disfarçam o avanço do reflorestamento na crista das serras, que espalha
cerca de 2 milhões de mudas nativas da Mata Atlântica em espaço equivalente a 1.800
gramados do Maracanã. O replantio começou há 13 anos, para conter vertentes
ameaçadas de desmoronamento. Fez mais do que isso. Mudou a paisagem. Vista do alto,
ângulo que não faz parte do cotidiano de seus habitantes, a cidade aninha-se agora em
colinas coroadas por labirintos verdes, formando desenhos em curva de nível, como
cafezais.
Revista Época – nº 83. 20-12-1999. Rio de Janeiro – Ed. Globo. p. 9.

Uma declaração do segundo texto que CONTRADIZ o primeiro é
(A) a mata atlântica está sendo recuperada no Rio de Janeiro.
(B) as encostas cariocas estão cada vez mais povoadas.
(C) as favelas continuam surgindo nos morros cariocas.
(D) o replantio segura encostas ameaçadas de desabamento.

Eu tenho um sonho 

Eu tenho um sonho
lutar pelos direitos dos homens
Eu tenho um sonho
tornar nosso mundo verde e
limpinho
Eu tenho um sonho
de boa educação para as crianças
Eu tenho um sonho
de voar livre como um passarinho
Eu tenho um sonho
ter amigos de todas raças
Eu tenho um sonho
que o mundo viva em paz
e em parte alguma haja guerra
Eu tenho um sonho
Acabar com a pobreza na Terra
Eu tenho um sonho
Eu tenho um monte de sonhos...
Quero que todos se realizem
Mas como?
Marchemos de mãos dadas
e ombro a ombro
Para que os sonhos de todos
se realizem!
SHRESTHA, Urjana. Eu tenho um sonho. In: Jovens do mundo inteiro. Todos temos
direitos: um livro de direitos humanos. 4ª ed. São Paulo:  Ática, 2000, p.10.

No verso “Quero que todos se realizem” (v. 19) o termo sublinhado refere-se a
13 (A) amigos.
(B) direitos.
(C) homens.
(D) sonhos.




O ouro da biotecnologia 

Até os bebês sabem que o patrimônio natural do Brasil é imenso. Regiões como a
Amazônia, o Pantanal e a Mata Atlântica  – ou o que restou dela – são invejadas no
mundo todo por sua biodiversidade. Até mesmo ecossistemas como o do cerrado e o
da caatinga têm mais riqueza de fauna e flora do que se costuma pensar. A quantidade
de água doce, madeira, minérios e outros bens naturais é amplamente citada nas
escolas, nos jornais e nas conversas.  O problema é que tal exaltação ufanista
("Abençoado por Deus e bonito por natureza”) é diretamente proporcional à desatenção
e ao desconhecimento que ainda vigoram sobre essas riquezas.
Estamos entrando numa era em que, muito mais do que nos tempos coloniais
(quando pau-brasil, ouro, borracha etc. eram levados em estado bruto para a Europa),
a exploração comercial da natureza deu um salto de intensidade e  refinamento. Essa
revolução tem um nome: biotecnologia. Com ela, a Amazônia, por exemplo, deixará em
breve de ser uma enorme fonte “potencial" de alimentos, cosméticos, remédios e
outros subprodutos: ela o será de fato – e  de forma sustentável. Outro exemplo: os
créditos de carbono, que terão de ser comprados do Brasil por países que poluem mais
do que podem, poderão significar forte entrada de divisas.
Com sua pesquisa científica carente, indefinição quanto à legislação e dificuldades
nas questões de patenteamento, o Brasil não consegue transformar essa riqueza
natural em riqueza financeira. Diversos produtos autóctones, como o cupuaçu, já foram
registrados por estrangeiros – que nos obrigarão a pagar pelo uso de um bem original
daqui, caso queiramos (e saibamos) produzir algo em escala com  ele. Além disso, a
biopirataria segue crescente. Até mesmo os índios deixam que plantas e animais sejam
levados ilegalmente para o exterior, onde provavelmente serão vendidos a peso de
ouro. Resumo da questão: ou o Brasil acorda para a nova realidade econômica global,
ou continuará perdendo dinheiro como fruta no chão.
PIZA, Daniel. O Estado de S. Paulo.

O texto defende a tese de que
(A) a Amazônia é fonte “potencial” de riquezas.
(B) as plantas e os animais são levados ilegalmente.
15 (C) o Brasil desconhece o valor de seus bens naturais.
(D) os bens naturais são citados na escola.

O namoro na adolescência 
Um namoro, para acontecer de forma positiva, precisa de vários ingredientes: a
começar pela família, que não seja muito rígida e atrasada nos seus valores, seja
conversável, e, ao mesmo tempo, tenha limites muito claros de comportamento. O
adolescente precisa disto, para se sentir seguro. O outro aspecto tem a ver com o
próprio adolescente e suas condições internas, que determinarão suas
necessidades e a própria escolha. São fatores inconscientes, que fazem com que a
Mariazinha se encante com o jeito tímido do João e não dê pelota para o herói da
turma, o Mário. Aspectos situacionais, como a relação harmoniosa ou não entre os
pais do adolescente, também influenciarão  o seu namoro. Um relacionamento em
que um dos parceiros vem de um lar em  crise, é, de saída, dose de leão para o
outro, que passa a ser utilizado como anteparo de todas as dores e frustrações.
Geralmente, esta carga é demais para o outro parceiro, que também enfrenta suas
crises pelas próprias condições de adolescente. Entrar em contato com a outra
pessoa, senti-la, ouvi-la, depender dela afetivamente e, ao mesmo tempo, não
massacrá-la de exigências, e não ter medo de se entregar, é tarefa difícil em
qualquer idade. Mas é assim que começa este aprendizado de relacionar-se
afetivamente e que vai durar a vida toda.
SUPLICY, Marta. A condição da mulher. São
Paulo:  Brasiliense, 1984.

Para um namoro acontecer de forma positiva, o adolescente precisa do apoio da família.
O argumento que defende essa idéia é
(A) a família é o anteparo das frustrações.
(B) a família tem uma relação harmoniosa.
(C) o adolescente segue o exemplo da família.
(D) o apoio da família dá segurança ao jovem.

Animais no espaço 
Vários animais viajaram pelo espaço como astronautas.
 Os russos já usaram cachorros em suas experiências. Eles têm o sistema cardíaco
parecido com o dos seres humanos. Estudando o que acontece com eles, os cientistas
descobrem quais problemas podem acontecer com as pessoas.
 A cadela Laika,  tripulante da Sputnik-2, foi o primeiro ser vivo a ir ao espaço, em
novembro de 1957, quatro anos antes do primeiro homem, o astronauta Gagarin.
 Os norte-americanos gostam de fazer  experiências científicas espaciais com
macacos, pois o corpo deles se parece com o humano. O chimpanzé é o preferido porque
é inteligente e convive melhor com o homem do que as outras espécies de macacos. Ele
aprende a comer alimentos sintéticos e não se incomoda com a roupa espacial.
 Além disso, os macacos são treinados  e podem fazer tarefas a bordo, como
acionar os comandos das naves, quando as luzes coloridas acendem no painel, por
exemplo.
 Enos foi o mais famoso macaco a viajar para o espaço, em novembro de 1961, a
bordo da nave Mercury/Atlas 5. A nave de Enos teve problemas, mas ele voltou são e
salvo, depois de ter trabalhado direitinho. Seu único erro foi ter comido muito depressa as
pastilhas de banana durante as refeições.
(Folha de São Paulo, 26 de janeiro de 1996)

No texto “Animais no espaço”, uma das informações principais é
(A) “A cadela Laika (...) foi o primeiro ser vivo a ir ao espaço”.
(B) “Os russos já usavam cachorros em suas experiência”.
(C) “Vários animais viajaram pelo espaço como astronautas”.
(D) “Enos foi o mais famoso macaco a viajar para o espaço”.


Urubus e Sabiás 

Tudo aconteceu numa terra distante, no tempo em que os bichos falavam...
Os urubus, aves por natureza becadas,  mas sem grandes dotes para o canto,
decidiram que, mesmo contra a natureza eles haveriam de se tornar grandes
cantores. E para isto fundaram escolas  e importaram professores, gargarejaram
do-ré-mi-fá, mandaram imprimir diplomas e fizeram competições entre si, para ver
quais deles seriam os mais importantes e teriam a permissão para mandar nos
outros. Foi assim que eles organizaram concursos e se deram nomes pomposos,
e o sonho de cada urubuzinho, instrutor em início de carreira, era se tornar um
respeitável urubu titular, a quem todos chamam por Vossa Excelência.
 Tudo ia muito bem até que a doce tranqüilidade da hierarquia dos urubus foi
estremecida. A floresta foi invadida por bandos de pintassilgos, tagarelas, que
brincavam com os canários e faziam serenatas com os sabiás...Os velhos urubus
entortaram o bico, o rancor encrespou a testa, e eles convocaram pintassilgos,
sabiás e canários para um inquérito.
  “⎯ Onde estão os documentos de seus concursos?” E as pobres aves se
olharam perplexas, porque nunca haviam imaginado que tais coisas houvesse.
Não haviam passado por escolas de canto, porque o canto nascera com elas. E
nunca apresentaram um diploma para provar que sabiam cantar, mas cantavam,
simplesmente...
⎯ Não, assim não pode ser. Cantar sem a titulação devida é um
desrespeito à ordem.
 E os urubus, em uníssono, expulsaram da floresta os passarinhos que
cantavam sem alvarás...
 MORAL: EM TERRA DE URUBUS DIPLOMADOS NÃO SE OUVE CANTO
DE SABIÁ.
ALVES, Rubem. Estórias de Quem gosta de Ensinar. São Paulo: Ars Poética,
1985, p.81-2.

No contexto, o que gera o conflito é
19 (A) a competição para eleger o melhor urubu.
(B) a escola para formar aves cantoras.
(C) o concurso de canto para conferir diplomas.
(D) o desejo dos urubus de aprender a cantar.

O homem que entrou pelo cano 
Abriu a torneira e entrou pelo cano. A princípio incomodava-o a estreiteza do
tubo. Depois se acostumou. E, com a água, foi seguindo. Andou quilômetros. Aqui
e ali ouvia barulhos familiares. Vez ou  outra um desvio, era uma seção que
terminava em torneira.
Vários dias foi rodando, até que tudo se tornou monótono. O cano por dentro
não era interessante.
No primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher. Uma criança brincava. Ficou
na torneira, à espera que abrissem. Então percebeu que as engrenagens giravam
e caiu numa pia. À sua volta era um branco imenso, uma água límpida. E a cara
da menina aparecia redonda e grande, a olhá-lo interessada. Ela gritou: “Mamãe,
tem um homem dentro da pia”
Não obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o
tampão e ele desceu pelo esgoto.
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Cadeiras Proibidas. São Paulo: Global, 1988. p. 89.

O homem desviou-se de sua trajetória porque
(A) ouviu muitos barulhos familiares.
(B) já estava “viajando” há vários dias.
(C) ficou desinteressado pela “viagem”.
(D) percebeu que havia uma torneira.

As enchentes de minha infância 
Sim, nossa casa era muito bonita, verde, com uma tamareira junto à varanda,
mas eu invejava os que moravam do outro lado da rua, onde as casas dão fundos
para o rio. Como a casa dos Martins, como a casa dos Leão, que depois foi dos
Medeiros, depois de nossa tia, casa com varanda fresquinha dando para o rio.
Quando começavam as chuvas a gente ia toda manhã lá no quintal deles ver
até onde chegara a enchente. As águas barrentas subiam primeiro até a altura da
cerca dos fundos, depois às bananeiras, vinham subindo o quintal, entravam pelo
porão. Mais de uma vez, no meio da noite, o volume do rio cresceu tanto que a
família defronte teve medo.
Então vinham todos dormir em nossa casa. Isso para nós era uma festa,
aquela faina de arrumar camas nas salas, aquela intimidade improvisada e alegre.
Parecia que as pessoas ficavam todas contentes, riam muito; como se fazia café e
se tomava café tarde da noite! E às vezes o rio atravessava a rua, entrava pelo
nosso porão, e me lembro que nós, os meninos, torcíamos para ele subir mais e
mais. Sim, éramos a favor da enchente, ficávamos tristes de manhãzinha quando,
mal saltando da cama, íamos correndo para ver que o rio baixara um palmo - aquilo
era uma traição, uma fraqueza do Itapemirim. Às vezes chegava alguém a cavalo,
dizia que lá, para cima do Castelo, tinha  caído chuva muita, anunciava águas nas
cabeceiras, então dormíamos sonhando que a enchente ia outra vez crescer,
queríamos sempre que aquela fosse a maior de todas as enchentes.
BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1962. p. 157.

Que função desempenha a expressão destacada no texto “... o volume do rio cresceu
TANTO QUE a família defronte teve medo.” (2º parágrafo)
(A) adição de idéias.
(B) comparação entre dois fatos.
(C) conseqüência de um fato.
(D) finalidade de um fato enunciado.

ESTÁ TUDO ERRADO,
MENINA! PECHINCHAR
 NÃO É COM XIS E
SIM COM
CÊ AGÁ.
PRA APRENDER, ESCREVA
     AÍ O VERBO PECHINCHAR
           DUZENTAS
             VEZES.  
AH, FESSORA,
DEIXA POR
CEM, VÁ?!  
CIÇA. O Pato no formigueiro. Rio de Janeiro: Codecri. v. 2.

O que torna o texto engraçado é que
(A) a aluna é uma formiga.
(B) a aluna faz uma pechincha.
(C) a professora dá um castigo.
(D) a professora fala “XIS” e “CÊ AGÁ”.
23                                                                        TB_007617
Angeli. Folha de São Paulo, 25/04/1993.

No terceiro quadrinho, os pontos de exclamação reforçam idéia de
(A) comoção.
(B) contentamento.
(C) desinteresse.
(D) surpresa.


“Chatear” e “encher” 
Um amigo meu me ensina a diferença entre “chatear” e “encher”. Chatear é assim:
você telefona para um escritório qualquer da cidade.
— Alô! Quer me chamar por favor o Valdemar?
— Aqui não tem nenhum Valdemar.
Daí a alguns minutos você liga de novo:
— O Valdemar, por obséquio.
— Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar.
— Mas não é do número tal?
— É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar.
Mais cinco minutos, você liga o mesmo número:
— Por favor, o Valdemar chegou?
— Vê se te manca, palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca
trabalhou aqui?
— Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.
— Não chateia.
Daí a dez minutos, liga de novo.
— Escute uma coisa! O Valdemar não deixou pelo menos um recado? O outro
desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.
Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova
ligação:
— Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar. Alguém telefonou para mim?
CAMPOS, Paulo Mendes. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, v.2, p. 35.

No trecho “Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar” (ℓ. 7), o emprego do termo
sublinhado sugere que o personagem, no contexto,
(A) era gentil.
(B) era curioso.
(C) desconhecia a outra pessoa.
(D) revelava impaciência.

A CHUVA 

A chuva derrubou as pontes. A chuva transbordou os rios. A chuva molhou
os transeuntes. A chuva encharcou as praças. A chuva enferrujou as máquinas. A
chuva enfureceu as marés. A chuva e  seu cheiro de terra. A chuva com sua
cabeleira. A chuva esburacou as pedras.  A chuva alagou a favela. A chuva de
canivetes. A chuva enxugou a sede. A chuva anoiteceu de tarde. A chuva e seu
brilho prateado. A chuva de retas paralelas sobre a terra curva. A chuva destroçou
os guarda-chuvas. A chuva durou muitos dias. A chuva apagou o incêndio. A chuva
caiu. A chuva derramou-se. A chuva murmurou meu nome. A chuva ligou o párabrisa. A chuva acendeu os faróis. A chuva tocou a sirene. A chuva com a sua crina.
A chuva encheu a piscina. A chuva com  as gotas grossas. A chuva de pingos
pretos. A chuva açoitando as plantas.  A chuva senhora da lama. A chuva sem
pena. A chuva apenas. A chuva empenou os móveis. A chuva amarelou os livros. A
chuva corroeu as cercas. A chuva e seu baque seco. A chuva e seu ruído de vidro.
A chuva inchou o brejo. A chuva pingou pelo teto. A chuva multiplicando insetos. A
chuva sobre os varais. A chuva derrubando  raios. A chuva acabou a luz. A chuva
molhou os cigarros. A chuva mijou no telhado. A chuva regou o gramado. A chuva
arrepiou os poros. A chuva fez muitas poças. A chuva secou ao sol.
ANTUNES, Arnaldo. As coisas. São Paulo: Iluminuras, 1996. 

Todas as frases do texto começam com "a chuva".
Esse recurso é utilizado para
(A) provocar a percepção do ritmo e da sonoridade.
(B) provocar uma sensação de relaxamento dos sentidos.
(C) reproduzir exatamente os sons repetitivos da chuva.
(D) sugerir a intensidade e a continuidade da chuva.

Pressa 
Só tenho tempo pras manchetes
no metrô
E o que acontece na novela
Alguém me conta no corredor
Escolho os filmes que eu não
vejo
no elevador
Pelas estrelas que eu encontro
na crítica do leitor
Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa
Mas nada tanto assim
Eu me concentro em apostilas
coisa tão normal
Leio os roteiros de viagem
enquanto rola o comercial
Conheço quase o mundo inteiro
por cartão-postal
Eu sei de quase tudo um pouco
e quase tudo mal
Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa
mas nada tanto assim
Bruno & Leoni Fortunato. Greatest Hits’80. WEA.

Identifica-se termo da linguagem informal em
(A) “Leio os roteiros de viagem enquanto rola o comercial.” (v. 14-15)
(B) “Conheço quase o mundo inteiro por cartão postal!” (v. 16-17)
(C) “Eu sei de quase tudo um pouco e quase tudo mal.” (v. 18-19)
(D) “Eu tenho pressa e tanta coisa me interessa mas nada tanto assim.” (v. 20-21)